REEMBOLSOS AOS CONSUMIDORES SOB PRESSÃO COM ATRASO DO GOVERNO
A Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT), preocupada com os clientes das agências de viagens, exige, em comunicado enviado à imprensa, que, “de uma vez por todas, o Governo clarifique, legislando, em que termos pretende estabilizar o sistema de reembolsos”.
Segundo a assciação, “em primeiro lugar, há que desmistificar e clarificar de uma forma absolutamente cristalina, porque é que as agências de viagens não estão a reembolsar, na sua totalidade, os clientes: porque enviaram o dinheiro dos clientes para hotéis, companhias aéreas e outros fornecedores de serviços turísticos, que não estão a devolver o dinheiro entregue, apesar de não terem efetuado qualquer serviço”.
Para a APAVT, “não está aqui contida qualquer valoração ou julgamento desta atitude dos nossos parceiros, concretamente hotéis e companhias aéreas. Certamente que enfrentam igualmente enormes dificuldades de tesouraria, como todas as empresas do sector turístico”.
Em segundo lugar, “a APAVT, do Governo de Portugal, o que pretende é que clarifique a relação com os consumidores finais, legislando a favor de um sistema de reembolsos baseados em vouchers e, o que é muito mais importante, (i) criando um caminho de confiança para empresas e empresários e (ii) atenuando drasticamente a insegurança dos consumidores finais”.
A associação representante dos agente de viagens, acredita que “confiança é o que é necessário construir, depois de todos termos assistido ao ruir de um quadro de relacionamento instituído e estabilizado há décadas. Sem confiança, dos clientes nas empresas e dos empresários no futuro, ruirá um sector que trouxe Portugal à tona de água, que produziu crescimento, travou a batalha do emprego e contribuiu, mais do que qualquer outro, para o equilíbrio das contas externas”.
“As Agências de Viagens estão a travar a maior luta da sua história pela sobrevivência e pelo emprego dos seus colaboradores. Em nome dos seus colaboradores, os empresários das Agências de Viagens estão a endividar-se, num quadro em que o futuro se apresenta mais incerto do que nunca”, lê-se ainda.
Por todas estas razões, “o setor sente-se, mais do que nunca, surpreendido pela demora na tomada de posição do Governo de Portugal, a quem instiga a clarificar o sistema de reembolsos antes que seja demasiado tarde, antes que todos os outros países europeus o tenham feito – como são já os casos da Bélgica, Espanha, França, Itália, Lituânia e Polónia, – antes que as agências de viagens sejam obrigadas a fechar as suas portas, gerando mais desemprego e, o que é mais importante, insatisfação dos consumidores”, termina o comunicado.