A Confederação do Turismo de Portugal (CTP) considera inaceitável a proposta ontem avançada pelo primeiro-ministro António Costa de reconverter os desempregados do turismo em trabalhadores de Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) mutualidades, misericórdias ou cooperativas.
«Se o Governo dá por perdida a retoma da atividade turística e os milhares de empregos associados ao setor que tem sido o motor da economia nacional, nós não o faremos. O que nós precisamos é de medidas que permitam manter a atividade e os postos de trabalho, como é o caso do prolongamento do lay-off simplificado que terminou. A nossa solução será sempre a de recuperar as empresas do turismo e não desistir delas», afirma Francisco Calheiros, presidente da Confederação do Turismo de Portugal.
Ao contrário das declarações proferidas ontem pelo Primeiro-ministro na cerimónia de assinatura de declaração de compromisso de parceria para Reforço Excecional dos Serviços Sociais e de Saúde, a CTP considera que os trabalhadores do turismo não têm formação de base para prestar cuidados de saúde e higiene a cidadãos em situação de fragilidade ou à população idosa.
«Nos últimos anos, fizemos uma forte aposta na formação e qualificação dos nossos profissionais de turismo, que não podemos desvalorizar», garante Francisco Calheiros. «A prioridade é garantir que as empresas não encerrem, através de medidas determinantes para a retoma da atividade como o prolongamento das moratórias fiscais e de reembolsos de financiamento para o segundo semestre de 2021, o reforço das linhas de capitalização a fundo perdido para o turismo e o ressurgimento do fundo de turismo de capital de risco», terminou.