A Confederação do Turismo de Portugal (CTP) estima que em 2020 as receitas turísticas se situem nos 8 mil milhões de euros, o que representa um decréscimo de 57%, valor que resulta do ano atípico que fica marcado pela pandemia COVID-19.
As receitas do transporte aéreo de passageiros, segundo dados do Banco de Portugal, deverão registar uma quebra na ordem dos 60%, atingindo cerca de 2 milhões euros.
Prevê-se assim um impacto negativo de cerca de 10 mil milhões de euros no saldo das contas externas do País colocando em causa o seu equilíbrio obtido nos últimos anos com a contribuição decisiva do Turismo.
No que respeita ao saldo da balança turística, este deve situar-se nos 6 mil milhões de euros, menos 62% do que em 2019.
“Apesar do processo de vacinação, já em curso em Portugal e nos principais mercados emissores da União Europeia, Reino Unido e Estados Unidos entre outros, e da imunidade dos já infetados, vamos ter de viver com o vírus ainda em 2021, pelo menos. Importa assim criar condições para acelerar o início da retoma do Turismo e da Economia através do estabelecimento de padrões internacionais comuns para as viagens que em conjunto com as medidas sanitárias nos destinos devolvam a confiança aos turistas”, adianta Francisco Calheiros, presidente da CTP.
“É crucial manter a oferta turística para poder captar a maior quota possível da retoma do Turismo Internacional. Acreditamos que o destino Portugal mantém toda a sua capacidade de atração e que poderá inclusive ser beneficiado em termos de preferência dos turistas no contexto dessa retoma”, conclui o responsável.
Dormidas com quebra de 65 a 70%
A CTP ainda estima uma quebra de dormidas na ordem dos 65% a 70% em 2020, com os proveitos totais da Hotelaria, Alojamento Local, Turismo no Espaço Rural e Turismo Habitação a registarem uma quebra na ordem dos 3 mil milhões de euros, ten do como base dados do INE – Instituto Nacional de Estatítica.
O movimento de passageiros nos aeroportos nacionais sofrerá uma quebra idêntica em termos de percentagem e no que respeita aos passageiros de cruzeiros marítimos as quebras serão superiores a 80%.
A atividade do rent-a-car ligeiros de passageiros deverá também diminuir entre 65% a 70%, sendo que na componente turística a quebra será na ordem dos 80%.
Recorde-se que o turismo foi o motor da recuperação económica de Portugal no período pós resgate financeiro de Portugal em 2011 e o impacto nas exportações foi decisivo para o superavit das contas externas até 2019. Em 2020 o turismo, na expectativa de mais um ano de crescimento em resultado da afirmação do destino Portugal nos mercados mundiais, é confrontado com o impacto da pandemia COVID-19. De um cenário inicial de uma crise de três meses com retoma da atividade a partir do princípio do Verão, passou-se à realidade de uma crise que dura há mais de 9 meses e que está longe de chegar ao fim.
A CTP assumiu desde a primeira hora ser parte da solução, é esse o seu espírito e determinação, e tem vindo a dialogar com os seus associados e com o Governo no sentido de contribuir para encontrar soluções para fazer face às adversidades com que o Turismo tem sido confrontado.