A Rota do Fresco em Alvito, criada há 18 anos, foi o mote para o lançamento da Rota dos Compadres, uma marca que agrega hoje em dia quatro rotas e ateliers. A ideia surgiu por Catarina Valença Gonçalves, que através da SPIRA, empresa que aposta na revitalização cultural, desenvolveu programas que aproximam pessoas ao património.
O objetivo é “democratizar o acesso ao património”, define Catarina Gonçalves uma vez que aquela região detém a “maior oferta de touring cultural e paisagístico do Alentejo, a mais diversificada, 365 dias por ano, com vários parceiros associados”.
Com mais de 780 exemplares de pintura mural datadas entre o século XV e XVIII, a Rota do Fresco, integrada no património artístico, agrega 15 municípios do Alentejo e permite aceder a monumentos, igrejas, capelas ou ermidas que têm pintura mural. Considerado como o graffiti de hoje em dia “temos de pegar numa herança que recebemos gratuitamente, e que tem um potencial imenso de descoberta de património que mais nenhuma outra região do país pode oferecer”.
Inserido no património industrial, a Rota do Mármore trabalha a extração do mármore com visitas a pedreiras, à fábrica de transformação e a sua aplicação. O sucesso desta rota levou a que se transformasse em mediadora de venda daquela pedra no Alentejo havendo várias empresas estrangeiras a virem diretamente ao local para a comprarem.
A Rota Pica-Chouriços ( o nome que os guardas fiscais da fronteira davam a si próprios ao verificarem os sacos com que os contrabandistas atravessavam a fronteira ) integra o segmento de património imaterial e dá a conhecer essa experiência pela voz de quem a vivenciou em primeira mão. No património natural está a Rota do Montado, que será submetida a património da Humanidade, e que permite conhecer o ecossistema sustentável alentejano com programas de descortiçamento. Esta mesma rota, levou a que durante a BTL fosse firmado um protocolo com o município de Montemor-o-Novo que permitirá explorar os recursos que estão integrados no ecossistema do montado assim como os frescos, património que existe em abundância em Montemor-o-Novo.
Os Ateliers Mãos na Massa permitem a interação com locais e a aprendizagem de ofícios regionais e/ou locais como a pintura de mural, a caiação, o cante alentejano, os chocalhos, o descortiçamento ou o fabrico de compotas e pão.
Estas quatro rotas operam em 21 municípios alentejanos e resultam de “parcerias com privados, privados com privados, públicos, misericórdias, paróquias, escolas profissionais, acreditamos na capacidade de agregar todas essas pessoas. Não existe nenhum outro projeto ao nível do Alentejo que agregue este conjunto, quer em termos de quantidade quer em termos de diversidade de recursos como é o caso das Rotas de Compadres, que tem a maior quantidade de recursos existentes do Alentejo”.
As rotas e programas estão disponíveis em www.compadres.pt.