A Small Portuguese Hotels (SPH) nasce em plena pandemia, no meio de um mundo de incertezas, em junho de 2020. Começou com 140 unidades aderentes, no continente e ilhas, e para este ano as perspetivas são muito animadoras.
Por Sílvia Guimarães
“Lançámos este novo conceito, focado sobretudo no turismo interno, em menos de três meses, ou melhor, quase em menos de duas semanas na realidade, porque foi aí que tudo se intensivou”, disse Pedro Colaço, esta quinta-feira, num encontro com os jornalistas no Torel Palace Lisbon.
O projeto SPH começou, desde logo, com mais de 140 unidades hoteleiras aderentes, tantos em Portugal Continental como nas ilhas. Como estavam ainda no início da pandemia e no final do primeiro confinamento, Pedro Colaço afirmou que pensavam que “ainda fossem a tempo de salvar o verão” das unidades pertencentes à SPH, embora a realidade não tenha sido a perspetivada.
“2020 foi um ano, sobretudo, para estabelecer parcerias, que vieram dar grande visibilidade à marca”, avançou o responsável, adiantando que algumas dessas parcerias foram com a Galp, diversas estações de rádio e o Banco Alimentar, para o qual passaram a doar 1€ por cada reserva efetuada no website da SPH.
Em 2021, Pedro Colaço adiantou que começaram por lançar o website também em inglês, porque até àquela data só esta disponível em português, e “tudo correu muito bem até novembro, altura em que surgiu a Ómicron e veio criar em todos um stress enorme”.
O empresário está confiante em 2022 e diz que o mais importante é que “os hoteleiros andam confiantes e isso gera confiança nos consumidores”.
O início de 2022 foi o que considera “muito pouco normal”. As estadias on the book “estão superiores em 740% do que no mesmo período de 2020, ou seja, quase dez vezes mais estadias há data de fevereiro do que no mesmo período do ano passado. A taxa de ocupação de fevereiro [das unidades aderentes da SPH] vai fechar acima dos 80%”.
Para os próximos meses de julho e agosto contam já “com uma ocupação superior em 10% do que no período homólogo de 2021”.
“Tivemos um janeiro que fechou a 58% de 2019, fevereiro a 80% e, neste momento, estamos com uma franca aceleração no que toca a reservas para os próximos meses, o que é um excelente indicador, se não acontecer nada de contrário, porque o que a pandemia nos veio ensinar é que não podemos fazer previsões a médio/longo prazo”, referiu.
Na semana passada, a semana oito deste ano, compreendida entre os dias 14 e 20 de fevereiro, registaram “mais valor de estadias do que em 2019”, muitas oriundas de outros mercados europeus, tendo sido o preço a fator responsável por esta procura. “O preço médio, por exemplo em fevereiro, está 22% acima da média do que foi em 2019, ao passo que no segundo e terceiro semestre está 37% acima. Isto só tem duas explicações, este tipo de unidades estão a resultar e depois porque fizeram dois anos de poupanças, porque não tinham muito onde gastar o dinheiro que ganhavam, e agora querem mimar-se e pensar no ‘eu mereço’”, avançou Pedro Colaço.
Grande parte destas reservas já existentes ainda se deve muito ao mercado interno, mas os mercados internacionais, na maioria europeus, também já estão de regresso. “Todos os mercados estão com um ótimo desempenho, mas nas últimas semanas quem acelerou bastante foram os alemães, franceses, dinamarqueses e turistas vindos dos Países Baixos. Quem ainda está abaixo de 2019 são os espanhóis e os brasileiros”, avançou o profissional.
Este bom indicador que as unidades aderentes da SPH têm centra-se principalmente no fim de semana da Páscoa e depois em agosto e setembro, com uma estadia média de 2,18 dias.
Quanto às regiões de Portugal que têm gerado o maior número de reservas nas unidades da SPH “a região norte do país tem sido a maior das surpresas”, já Madeira e Lisboa são as regiões que “ainda estão abaixo de 2019” e Pedro Colaço confessa não entender o porquê e diz não ter uma explicação para tal.
No que respeita à falta de recursos humanos para trabalhar na hotelaria e restauração, Pedro Colaço afirma que “este não é apenas um problema de Portugal, é geral!” e considera que a tecnologia pode ajudar a ultrapassar um pouco esta realidade, porque “a robotização é uma tendência cada vez maior e os hoteleiros têm que começar a pensar nesta alternativa”.
Unidades hoteleiras Torel em expansão
“Para 2022 estamos muito otimistas. Já temos muitas reservas e, por exemplo, no Torel Palace Lisbon este foi o melhor fevereiro de sempre, apesar dos preços mais altos, o que demonstra que as pessoas têm vontade de viajar e gastar dinheiro”, avançou, no mesmo encontro com a imprensa, Ingrid Koeck, partner do grupo Torel Boutiques Hotels, que conta atualmente com quatro unidades, uma em Lisboa e três no Porto.
Com diversos projetos em carteira para o futuro, estão neste momento a finalizar a ampliação do Torel Avantgarde para um edifício lateral, e contará com 11 novos quartos, alguns dos quais com jacúzi e vista Rio Douro, além de um Spa e piscina exterior. A sua abertura está prevista para maio deste ano. “Este será um city resort, um produto único na cidade do Porto”, referiu Ingrid Koeck.