A Lufthansa está, esta segunda-feira, a despedir-se da sua frota de Boeing 737, após 48 anos. É o fim de uma era para a Lufthansa de quase 50 anos. Um B737-300, com a matrícula D-ABEC (“Karlsruhe”), voou de Frankfurt para Hamburgo esta manhã no voo especial LH9922, com o qual a frota B737 da Lufthansa se despediu oficialmente durante uma cerimónia conjunta com a Lufthansa Technik. Após a cerimónia, o comandante Ulrich Pade, chefe da frota, e a sua tripulação irão viajar esta tarde de regresso a Frankfurt, levando a bordo um grupo de jornalistas e de funcionários. O voo aterrará às 17h10 (hora local).
“A Lufthansa tem tido sempre aproximações inovadoras para ir ao encontro das necessidades dos seus clientes e aproveitar oportunidades de mercado, o que explica o papel chave que teve na criação e desenvolvimento do B737. Iremos continuar esta aproximação inovadora com a última geração de aviões”, referiu Harry Hohmeister, membro do Conselho Executivo e Diretor da Gestão de Placa Giratória.
Durante várias décadas, a Lufthansa teve um total de 148 aviões B737 de praticamente todas as gerações. No início dos anos 1960, o então CEO da Lufthansa Technik, Professor Gerhard Höltje, deu um grande empurrão ao projeto, tendo apoiado um desenvolvimento conjunto com a Boeing de um avião a jato para pequeno e médio curso. O desenho da cabina e o posicionamento dos motores debaixo das asas do avião só existiam à época nos aviões de longo curso.
Um livro infantil dos anos 1960 descrevia o Boeing 707 como o pai do Boeing 707 e o B727 como a mãe de um pequeno jato chamado “Bobby”. Este nome pegou. “O B737 sempre foi chamado “Bobby” pelos empregados da Lufthansa e por fãs de aviões. Muitos passageiros e empregados associam uma época muito especial a este modelo de avião. Queremos agradecer ao B737 por quase 50 anos de operações fiáveis e bem sucedidas”, disse Klaus Froese, CEO da Lufthansa com o pelouro da Placa Giratória de Frankfurt.
Com o início do horário de inverno, os restantes aviões B737-300 tiveram os seus últimos voos comerciais a 29 de outubro. Nas próximas semanas, os aviões serão transferidos para a Flórida onde serão revendidos. No futuro, a Lufthansa irá operar um único tipo de aviões nos seus serviços continentais, o que irá proporcionar muitas sinergias em diversas áreas, como o licenciamento de pilotos, tripulação de cabina e planeamento e fornecimento de peças sobressalentes. A família de aviões A320 da Lufthansa é composta atualmente por aproximadamente 150 aviões A319, A320 e A321, incluindo quatro aviões da última geração, o A320neo.
A 19 de fevereiro de 1965, a Lufthansa foi a primeira companhia aérea do mundo a comprar 22 aviões Boeing 737-100s. Quase três anos depois, a 4 de fevereiro de 1968, a Lufthansa aterrou o primeiro B737 em Hamburgo. Em pouco tempo, o Boeing 737 tornou-se o tamanho normal para aviões de pequeno curso. Além do B737-200 em diversas versões para passageiros e para carga, o primeiro B737-300 foi entregue à Lufthansa em 1986, oferecendo muito conforto, consumo eficiente de combustível e baixos níveis de ruído, comparado com outros aviões da época.
Em maio de 1988, os primeiros copilotos foram treinados para voar o B737, que foi também o primeiro avião a testemunhar a reunificação das duas Alemanhas, sendo o primeiro avião a aterrar na antiga RDA, no aeroporto de Leipzig. Pouco tempo depois, a 2 de outubro de 1990, o primeiro voo da Lufthansa com o B737 “Sindelfingen” descolou de Berlim Ocidental. No verão de 2016, o B737 recebeu as suas últimas honras quando o B737 com a matrícula D-ABEK recebeu as cores do “Fanhansa Airbus” e transportou a seleção alemã para França.