Os passageiros de cruzeiros que visitam Lisboa gastam na cidade uma média de 82 euros por pessoa, indica um estudo realizado pela Netsonda. Alojamento, restauração e transportes são as rubricas onde é gasto a maior parte deste dinheiro.
Ricardo Medeiros, vogal da Administração Porto de Lisboa (APL), considera que estes dados confirmam “o relevante contributo económico dos cruzeiros para a cidade de Lisboa. Numa altura em que estamos a recuperar das consequências de dois anos de pandemia, os passageiros de cruzeiros revelam-se fundamentais para a recuperação de atividades como a restauração e os transportes.
A média das despesas por pessoa é superior aos números conhecidos até agora, mostrando, também, um maior poder de compra dos turistas que escolhem os cruzeiros para visitar Lisboa e que elegem maioritariamente hotéis de 4 e 5 estrelas nas suas estadias pré e pós cruzeiro.
Igualmente relevante é perceber que estes números confirmam as alterações verificadas no perfil dos passageiros e da atividade de cruzeiros bem como o êxito da estratégia que a APL, em conjunto com vários parceiros, tem em curso, no sentido de valorizar e qualificar a indústria de cruzeiros na cidade de Lisboa. Dessa estratégia fazem parte, nomeadamente, o desenvolvimento de soluções de gestão do fluxo de passageiros na cidade, a implementação de soluções de fornecimento de energia elétrica aos navios, as campanhas, em curso, de monitorização da qualidade do ar e da água na área de influência do terminal de cruzeiros, e o estudo, integrado num projeto europeu coordenado pela CLIA e pela Universidade de Tarragona, de avaliação dos impactes ambientais da atividade.”
Satisfação com o destino ronda os 96%
De acordo com o estudo realizado para a Administração do porto de Lisboa e para a Lisbon Cruise Port, a satisfação com a escala no Porto de Lisboa ronda os 96% e 98% dos visitantes considera provável voltar à cidade num cruzeiro. Cerca de 96% pensa voltar em viagem de lazer.
Sete em cada 10 passageiros visitam a cidade a pé e mais de metade vão a restaurantes ou cafés. Cerca de um terço visita atrações turísticas, 45% fazem compras e um quarto usa os transportes. As zonas da Baixa/Chiado, Alfama/Castelo/Mouraria, Bairro Alto/Cais do Sodré e Belém são as mais visitadas.
Em termos de nacionalidades, os americanos são os que mais vão a restaurantes/cafés, os italianos dominam nas visitas a locais turísticos e os britânicos são os que mais fazem compras em lojas.
São os passageiros que embarcam (no modelo turnaround) que mais contribuem para o valor dos 82 euros, com uma média de despesas de 367 euros por pessoa (37 euros no caso dos que estão em trânsito). De acordo com o estudo quase 90% dos passageiros que embarcam escolhem hotéis de cinco e quatro estrelas (43% e 46% respetivamente). Estes são dados que atestam que estamos a assistir a uma transformação do perfil da atividade e dos passageiros de cruzeiros, no sentido de uma maior qualificação e valorização.
Quando se desagregam os dados do estudo, os passageiros em modo turnaround que desembarcam em Lisboa passam uma média de 1,5 dias na cidade, sendo que esse número sobe para 2,1 dias no caso dos que embarcam na capital. A visita a atrações turísticas, no caso dos que desembarcam, e a frequência de restaurantes e cafés, no caso dos que embarcam, são as atividades preferidas. A maioria dos passageiros (69%) em trânsito preferem visitar Lisboa a pé.
Compreender melhor o perfil dos passageiros que passam pelo Terminal de Cruzeiros de Lisboa, assim como o que os motiva, foram alguns dos objetivos deste estudo que envolveu passageiros em trânsito e em turnaround (embarque e desembarque). O trabalho de campo decorreu entre 9 de abril e 23 de maio e foram efetuadas 853 entrevistas.