Já são conhecidas as empresas mais atrativas para trabalhar de acordo com a opinião da população ativa portuguesa. Os distinguidos do “Randstad Award”, o maior estudo independente de employer branding, desenvolvido pelo ICMA Group para a Randstad, mede a atratividade das empresas segundo a perceção da população ativa. TAP, Delta Cafés e Nestlé ocupam o pódio das empresas consideradas mais atrativas para trabalhar no nosso país.
Segundo o estudo, a notoriedade das marcas não se reflete automaticamente na atratividade percecionada pela população ativa portuguesa. Os dados mostram que empresas com notoriedade elevada e atratividade alta são players dominantes, com capacidade para escolher os trabalhadores mais motivados e melhor qualificados. Já as organizações com menor awareness e elevada atratividade atuam fundamentalmente em nichos de mercado, apresentam margem de crescimento e têm uma escolha limitada entre talentos muito bem qualificados e altamente motivados.
O Top-20 das empresas mais atrativas para trabalhar em Portugal é liderado pela TAP (67,21%), seguido pela Delta Cafés (66,03%) e pela Nestlé (64,19%). Já no que se refere ao Top-20 das empresas mais conhecidas a liderança cabe às multinacionais, mas nem todas aparecem com o mesmo destaque na atratividade para trabalhar.
“Não deixa de haver uma relação entre o awareness e a atratividade para trabalhar, mas o que este estudo nos demonstra é que este reconhecimento de marca por vezes não tem uma identidade quanto à proposta de valor para o colaborador desta mesma marca, o que poderá ser interessante para definir a estratégia de captação e retenção de talento para as organizações” afirma José Miguel Leonardo, CEO da Randstad Portugal.
No Top 20 das empresas com maior atratividade, a cerimónia do Randstad Award também reconheceu as empresas que se distinguiram em determinadas categorias: a EDP nas categorias de saúde financeira, equilíbrio trabalho-vida pessoal e sustentabilidade social e ambiental; a Fnac Portugal pelo ambiente de trabalho agradável e a Galp Energia pela segurança de trabalho a longo prazo, oportunidades de carreira e salários e benefícios. Já a Novabase foi reconhecida pela qualidade da formação e a RTP pelo conteúdo de trabalho interessante.
Analisando por critérios demográficos, a TAP é eleita como empresa mais atrativa pelos inquiridos do sexo masculino e a Nestlé pelo sexo feminino. Por escalões etários, a TAP é eleita pelos inquiridos entre os 18 e 24 anos e 45 e 65 anos, enquanto a Delta Cafés é escolhida pelos inquiridos entre os 25 e os 44 anos. Os inquiridos com ensino secundário ou formação inferior identificam a Delta Cafés, enquanto os licenciados escolhem a TAP. Os inquiridos com mestrado ou formação superior apontam a Nestlé como empresa mais atrativa.
TI e consultoria, saúde e turismo, hotelaria e lazer entre os setores mais atrativos para trabalhar em Portugal
Os inquiridos do “Randstad Award” apontam como áreas mais atrativas para trabalhar as tecnologias da informação e consultoria (51,06%), a saúde (49,21%) e o setor do turismo, hotelaria e lazer (47,97%). Destaque ainda para as áreas da energia, ambiente e recursos naturais (44,90%), setor automóvel (41,70%) e telecomunicações (40,86%).
O setor das tecnologias da informação e consultoria domina quase na totalidade o top-3 dos setores mais atrativos para trabalhar segundo os critérios mais valorizados pela população ativa. Apenas para os critérios ambiente de trabalho e responsabilidade social e ambiental o setor da saúde ocupa a primeira posição.
Cruzando critérios sociodemográficos, os inquiridos do sexo masculino escolhem as TI e consultoria enquanto turismo, hotelaria e lazer é o setor escolhido pelo sexo feminino. Por faixas etárias, o grupo entre os 18 e 24 anos opta pelo setor do retalho, enquanto os grupos 25 – 44 anos e 45 – 65 anos selecionam as novas tecnologias. Igual tendência verifica-se junto dos inquiridos com ensino secundário ou formação inferior e licenciados, que escolhem as TI, enquanto as pessoas com mestrado ou formação superior preferem o setor da saúde.
Portugueses valorizam salário, segurança laboral e progressão na carreira para mudar de emprego
Na hora de ponderar uma mudança de emprego, os portugueses pesam o salário, a segurança laboral e as oportunidades de progressão na carreira como fatores mais importantes para a tomada de decisão.
Segundo o estudo 71% dos inquiridos identificam o salário como o fator mais importante no momento de procurar um novo emprego, seguindo pela busca de um emprego estável e seguro (59%) e oportunidades de progressão na carreira (52%). Em sentido contrário como fatores menos valorizados pelos inquiridos estão fatores como a flexibilidade e a gestão forte, critérios que foram identificados como mais relevantes por menos de quinto do total dos inquiridos.
O “Randstad Award” revela uma diferença entre os fatores valorizados pelos trabalhadores e os critérios mais relevantes para os empregadores. Do lado das empresas, os principais critérios valorizados na captação de talento são a gestão forte, a saúde financeira da empresa e a formação. As oportunidades de progressão na carreira, a estabilidade laboral e o salário e benefícios são os critérios mais valorizados pelos candidatos, não sendo, no entanto, critérios prioritários nas estratégias das empresas.
Estes resultados revelam que as empresas têm necessidade de rever a sua abordagem ao mercado, havendo a necessidade de perceber o que os candidatos procuram e de reforçar as prioridades de talento que se procuram no mercado de trabalho.
Ficha técnica do “Randstad Award” 2016
– 7 262 potenciais trabalhadores inquiridos, dos quais 3 756 mulheres e 3 506 homens, com idades entre 18 e 65 anos.
– Respostas baseadas na perceção dos inquiridos em relação aos 157 maiores empregadores em Portugal (excetuando empresas públicas que não atuem em mercado em ambiente concorrencial)
– Entrevistas realizadas em ambiente online entre setembro e dezembro de 2015