APAVT aponta para um ano de sobrevivência e de difícil retoma

“Sobrevivência” é como Pedro Costa Ferreira, que tomou posse esta terça-feira, 5 de janeiro, para o seu quarto mandato como presidente da APAVT – Associação Portuguesa de Agências de Viagens e Turismo, define o momento em que o setor está a viver.

Durante o discurso de tomada de posse, que foi transmitida por diversos meios digitais, e aproveitando a presença da secretária de Estado do Turismo, Rita Marques, o dirigente associativo apontou dois grandes desafios que o setor está a enfrentar “o da tesousaria e o do momento da retoma” do setor.

“Um primeiro desafio, o enorme problema de tesouraria, construído de uma forma tão simples como inevitável – o pagamento de custos fixos, não apenas ao longo de nove meses sem faturar, como, inevitavelmente, também nos primeiros meses do ano que agora começa. Problema de tesouraria, aliás, agravado por duas circunstâncias que devemos relevar. Desde logo, um acrescido esforço de reembolso a clientes, conhecido de todos; por outro lado, uma capacidade de financiamento reduzida, tanto por balanços destruídos e consequentes dificuldades de diálogo com a banca, como por dificuldade de acesso aos esquemas de recapitalização previstos”, alertou.

Aproveitando o momento, Pedro Costa Ferreira solicitou à tutela para criarem condições conjuntas ao “cumprimento integral dos reembolsos das agências de viagens aos seus clientes”. No seu entender, Rita Marques poderá ajudar a APAVT “a encontrar uma solução que permita cumprir o essencial, o reembolso dos consumidores, preservando o único instrumento de reembolso conhecido e aceitável, as empresas, e nunca prejudicando o Estado”.

No que respeita à incerteza de para quando a retoma do setor, o presidente da APAVT afirma ser fundamental as diferentes áreas do setor se juntarem, desde a aviação à hotelaria, do alojamento local ao rent-a-car, da animação turística à restauração, “por mais linhas de crédito, por apoios estruturantes a fundo perdido, por um modelo de recapitalização que anteceda o fim das moratórias bancárias. Sobretudo por um sistema de apoios integrado, que seja previsível e permita o planeamento, e que não nos tire pela janela, em impostos e prestações da segurança social, o que nos entregam pela porta da frente, em apoios”.

Tendo em conta os desafios que se seguem, Pedro Costa Ferreira deixou a garantia de que a APAVT, e aproveitando a presença do presidente da Conderação do Turismo de Portugal,  “continuará a desenvolver trabalho e integração ativa e leal na CTP, apoiando desta maneira, o diálogo necessário da instituição de cúpula turística, com o Governo”.

Para o responsável, é fundamental que as agências de viagens tenham de “continuar a travar a batalha da criação de valor”, porque “o cliente, disputado por toda a cadeia de valor, é hoje resultado de uma constante criação de valor, seja ela consolidada em confiança, segurança, inovação, criatividade ou outra qualquer via”.

Neste âmbito, assegurou que esta nova direção “tem em mente um conjunto de ações de diferenciação das agências associadas, que integra não apenas a manutenção de apostas tão diferenciadoras quanto o Provedor do Cliente, como ainda um novo âmbito de parcerias que farão do universo das agências APAVT, um universo mais sólido, mais coeso, mais capaz de enfrentar os desafios da concorrência”.

Por outro lado, numa perspetiva internacional, deixou clara a “necessidade de gerir uma lei europeia das viagens organizadas iníqua, desajustada, antiga e ferida da atuação de diversos lobbies europeus”. Para isso, garantiu que irá aproveitar a integração da associação portuguesa na ECTAA.

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