A Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) congratula-se com a decisão do Governo de permitir aos empreendimentos turísticos situados em municípios declarados como de risco elevado e muito elevado que prestem serviços de restauração e bebidas exclusivamente aos hóspedes, sem as restrições horárias de fim de semana.
No seguimento da RCM de ontem, 24 de junho, que determinou o recuo dos municípios de Lisboa, Sesimbra e Albufeira para o nível de risco “muito elevado”, levando ao encerramento dos restaurantes e similares às 15h30 aos fins-de-semana, e do recuo de 24 outros municípios para o “risco elevado”, foi imensa a preocupação da hotelaria, que não estaria em condições de prestar serviço de restauração aos hóspedes.
“Naturalmente que é uma excelente notícia para a hotelaria e para os nossos hóspedes. Não fazia qualquer sentido assegurar as refeições aos hóspedes durante a semana nos restaurantes dos hotéis e impedi-las aos fins-de-semana. Não só neste momento os portugueses estão a gozar alguns fins de semana em hotéis nestes concelhos, como estamos a entrar em época alta e muitos turistas adquiriram pacotes ‘all inclusive’. Onde iriam então comer os nossos hóspedes? Compreendemos o contexto pandémico, mas há que ter razoabilidade nas medidas. A ampla vacinação da população e o Certificado Digital são ferramentas que não tínhamos quando o Conselho de Ministros aprovou o quadro de desconfinamento em março e as medidas referentes a cada nível de risco. E ao tempo não havia turistas em hotéis. Hoje e no futuro, espera-se, não será assim. As medidas mais severas agora não se justificam de todo. Nem se conseguiria manter os hotéis abertos sem esse serviço essencial”, afirma Raul Martins, presidente da AHP.
A AHP aplaude também a entrada em funcionamento do Certificado Digital Covid da UE já a partir deste fim-de-semana, mas defende uma revisão dos critérios de desconfinamento do país, tendo em conta a evolução do processo de vacinação em curso.
“A entrada em vigor do Certificado Digital Covid vai permitir a mobilidade dos cidadãos no país e o acesso aos eventos, sem comprometer a segurança e a saúde pública. Consideramos, contudo, fundamental rever a matriz de risco e indicadores, bem como a clarificação do método de contagem dos casos positivos, para evitar prejudicar gravemente os concelhos com mais densidade populacional e com maior número de visitantes, sejam eles turistas ou trabalhadores de determinadas áreas profissionais e que se deslocam para trabalhar fora da sua área de residência”, avança o presidente da AHP que adianta “a retoma do turismo e, portanto, da nossa economia, não se faz sem olhar especificamente para as condições da operação da nossa atividade. Um hotel não é um dormitório. A prestação de serviços e a disponibilização de equipamentos é tão vital quanto a disponibilização de quartos”.