ANA Aeroportos garante que aeroporto de Lisboa está “esgotado” mas nega “colapso”

“Não temos um aeroporto em colapso”, a afirmação é do administrador e diretor de Operações da ANA Aeroportos, Francisco Pita.

“Temos um aeroporto que está esgotado, mas que não está em colapso. Estamos a operar dentro da capacidade que temos e não acima da capacidade perante a qual podemos operar”, esclareceu perante a plateia de congressistas do 44º Congresso da APAVT, respondendo em palco a uma entrevista exclusiva conduzida por Pedro Costa Ferreira, presidente da associação.

Segundo o gestor, esta previsão de enorme crescimento do Turismo em Portugal, e em específico na região de Lisboa, não foi prevista pelos indicadores e estudos realizados à cerca de 10 anos atrás, dado que “as previsões há alguns anos não apontavam para este nível de crescimento. O que aconteceu ultrapassou claramente tudo o que podia ser previsto e o resultado foi este.

Desta forma, Francisco Pita prevê que irão fechar o ano de 2018 no Aeroporto Humberto Delgado com 29 milhões de passageiros transportados, ou seja, com mais 10 milhões de passageiros do que apontavam as previsões feitas há dez anos”. Só para ter termo de comparação, avançou com o caso do Aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto, em que o tráfego anual é precisamente de 10 milhões de passageiros. “Se o tráfego [em Lisboa] tivesse crescido ao ritmo que estava previsto no contrato de concessão, teríamos nove anos para poder estar a estudar uma solução”, o que não aconteceu.

Montijo: Sim ou não?

Em relação ao aeroporto complementar do Montijo, o administrador garantiu que a ANA Aeroportos e a VINCI defendem “o desenvolvimento da Portela como um hub e um aeroporto complementar no Montijo. O que defendemos é uma solução dual para a região de Lisboa em contraponto com uma solução de um único aeroporto. Defendemos isto por um conjunto de motivos. A solução do Montijo como aeroporto complementar não é nova. É uma solução que já tinha sido várias vezes estudada. O Montijo há muito que está identificado como sendo uma das soluções mais viáveis para a expansão da capacidade aeroportuária, porque tem uma pista praticamente paralela à da Portela e a uma distância que permite a independência das duas pistas”.

Neste momento, o diretor de Operações assegura que a pista da Portela “não consegue oferecer mais de 38 movimentos por hora”, mas com as alterações previstas para o atual aeroporto da capital “o que está previsto é na Portela passar a ter 48 movimentos por hora e adicionar no Montijo 24 movimentos ficando 72 movimentos por hora”.

No que respeita ao tão esperado Estudo de Impacte Ambiental para que se possa avançar com o Montijo, Francisco Pita afirma que ainda nada está decidido, sendo que a ANA Aeroporto deverá entregar ainda até ao final deste ano as informações adicionais que irão permitir concluir o estudo e que foram exigidas pela Agência Portuguesa do Ambiente.

Taxas aeroportuárias: elevadas ou não?

Quando Pedro Costa ferreira tocou no assunto, Francisco Pita disse de imediato que “não é verdade que as taxas tenham subido demasiado, nem que tem tenham subido vezes demais para valores exorbitados” e garante: “O que estamos a fazer está alinhado pelo contrato de concessão que temos com o Estado. Os aumentos foram em linha com esse contrato e concessão, e foram moderados”.
Assim, “o que fazemos quando mexemos em taxas aeroportuária é olhar para os nossos concorrentes (…) A ANA tem um interesse alinhado com o setor em que queremos crescer o tráfego. Somos os primeiros interessados em ter taxas competitivas com os nossos concorrentes”.
por Sílvia Guimarães, em Ponta Delgada a convite da APAVT

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