1,7 milhões de turistas que visitam anualmente Portugal são campistas

O campismo é um dos setores turísticos com maior potencial de crescimento, apresenta padrões cada vez mais elevados de respeito pela ecologia e disponibiliza equipamentos de qualidade e conforto crescentes. No último ano e segundo dados provisórios do Turismo de Portugal e INE, 1,7 milhões de turistas que visitaram Portugal escolheram alojar-se em parques de campismo, o que corresponde a 5,9 milhões de dormidas na Hotelaria de Ar Livre.

Para debater o presente e o futuro deste setor, a Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) promoveu hoje a conferência “O campismo em Portugal”, em Lisboa, onde foi anunciada a realização em Portugal do mais importante encontro de empresários do setor do campismo a nível europeu, por ocasião da Assembleia Geral da European Federation of Campingsite Organisations and Holiday Park Associations (EFCO&HPA), órgão representativo do campismo e caravanismo que agrega associações de 23 países da Europa, entre elas a AHRESP, evento que irá decorrer em Viseu, nos dias 10 e 11 de Março.

Em 2014, encontravam-se em atividade 247 parques de campismo em Portugal. As regiões do Centro e Norte registaram mais de metade da capacidade disponível, com 52,7%, representando, no entanto, as regiões de Lisboa e do Algarve 50% das dormidas. França, Espanha, Holanda, Reino Unido e Alemanha são os países que geram o maior número de dormidas nos parques de campismo, com quotas na ordem dos 24%, 17%, 16%, 15% e 12%, respetivamente.

A crescente notoriedade de novos spots de surf e a proliferação de grandes eventos musicais ao ar livre tem atraído um número cada vez maior de campistas jovens, mas para Beatriz Santos, presidente do Grupo de Setor do Campismo, Caravanismo, Hotelaria de Ar Livre, Parques Temáticos e Espaços de Animação Turística da AHRESP, não «existe um perfil único de campista. Famílias, casais sem filhos (jovens ou seniores) e grupos, que escolhem os parques de campismo nos seus tempos livres ou períodos de férias, apresentam, no entanto, algumas caraterísticas em comum, tais como o prazer de conviver com segurança, na proximidade com a natureza, desfrutando de grandes espaços verdes, devidamente equipados e cuidados, em localizações de excelência e propícios a um ambiente descontraído, potenciando novos relacionamentos e intercâmbios culturais».

Para esta responsável, o futuro do setor irá assentar em padrões elevados de qualidade de equipamentos e de respeito absoluto pela natureza, mas para poder antecipar as tendências é preciso promover mais estudos sobre o setor. «É necessário um investimento continuado, na observação, recolha e tratamento de dados, objetivo que se tem revelado difícil em Portugal, sendo muito reduzida, ou quase inexistente, a informação turística oficial desagregada para o sector do campismo», alerta.

Na conferência de hoje promovida pela AHRESP, marcaram presença Almeida Henriques, presidente da Câmara Municipal de Viseu, Pedro Machado, presidente da Entidade Regional de Turismo do Centro de Portugal, e Mário Pereira Gonçalves, presidente da AHRESP.

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