Dignificação de mão de obra imigrante é fundamental, apontam hoteleiros

 

por Sílvia Guimarães

Os hoteleiros solicitam “um olhar muito sério para o fator trabalho” levantando a importância da mão de obra imigrante para o setor.

Em conferência de imprensa que antecedeu a abertura do 34º Congresso Nacional da Hotelaria, a decorrer até dia 23 de fevereiro no Funchal, Bernardo Trindade disse aos jornalistas que a hotelaria portuguesa se encontra numa “fase crítica” no que respeita a conseguir um equilíbrio entre a subida dos preços e a garantia de uma qualidade de serviço e vê na imigração uma possível solução.

“Estamos hoje numa fase absolutamente crítica. Estamos a crescer do ponto de vista de receitas, estamos a cobrar mais pelo alojamento, pela restauração e pelos serviços, mas temos de trabalhar e garantir que a qualidade de serviço que estamos a entregar é compatível com as exigências dos clientes que nos visitam”, frisou o presidente da Associação da Hotelaria de Portugal, dando como solução para esta “fase crítica” a melhoria das condições de vida para integração do imigrantes.

“Portugal entre 2015 e 2023, passou de 3% para 15% na mão de obra imigrante. Segundo a Segurança Social, são hoje mais de 720 mil os trabalhadores imigrantes, sendo 115 mil só no setor do turismo. O saldo na Segurança Social entre contribuições e prestações desta mão de obra imigrante é de 1500 milhões de euros”, revelou durante a sessão de abertura.

Bernardo Trindade alertou: “O nosso futuro coletivo será construído com estas pessoas. O nosso futuro demográfico terá um desenho e uma contribuição diferente com estas pessoas”, frisando que “devemos ser impiedosos com todas as formas de imigração e exploração ilegal” e a “atenção deve estar agora na dignificação das pessoas que escolheram Portugal e as suas regiões para viverem e trabalharem”.

O hoteleiro deixou claro que “temas como as qualificações, a habitação, os transportes têm de merecer uma atenção de todos nós, atores públicos e privados. Temos a noção que só cuidando destes aspetos, entregaremos uma qualidade de serviço alinhada com as expectativas dos nossos clientes”.

*A jornalista viajou até ao Funchal a convite da AHP

 

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