por Sílvia Guimarães
2023 “foi um ano em geral muito bom, em que registámos 25 mil Milhões de euros de receitas turísticas”, afirmou Bernardo Trindade, presidente da Associação da Hotelaria de Portugal, na abertura do 34º Congresso da Hotelaria Nacional, a decorrer no Funchal.
Apesar da pandemia vivida recentemente e de duas guerras ativas, o responsável evidenciou que “batemos recordes mês após mês nos indicadores mais importantes de receita”, assim como “mês após mês” bateram “recordes na estrutura de despesa”, com o aumento de salários e de despesas em bens alimentares, eletricidade, gás e serviços.
“Ainda assim e felizmente os resultados foram positivos. Os números comprovam-no. Portugal liderou o crescimento na União Europeia e esse crescimento teve uma impressão digital chamada Turismo. Um crescimento feito de forma democrática. Todos as regiões sentiram, todos os setores do turismo sentiram, ainda que alguns com velocidades de recuperação mais lenta”, referiu.
Bernardo Trindade apresentou alguns dos maiores desafios que a hotelaria vai enfrentar no futuro com o aumento dos encargos financeiros e das taxas de referência, afirmando que “os encargos das empresas hoteleiras duplicaram, os resultados da banca também, com o aumento da sua margem financeira, tudo isto sem alterar o nível de risco, apenas pelo efeito automático do aumento das taxas de referência”.
O presidente da Associação da Hotelaria de Portugal pediu, assim, ao Banco Português de Fomento e à Caixa Geral de Depósitos que desenhem instrumentos financeiros adequados às necessidades do setor “em articulação com o Turismo de Portugal” para que as empresas hoteleira possam enfrentar o futuro.
“Outra qualquer agenda não nos serve. Se são empresas públicas, e respeitada a sua autonomia de gestão, é tempo de relembrar os objetivos estratégicos do país, e os mesmos não podem passar indiferentes a estas instituições”, apontou ainda.
* A jornalista viajou ao Funchal a convite da AHP
