Geopark Naturtejo: perfeita harmonia com a natureza

No interior do país, onde o rio Tejo passa a ser português, encontra-se um território preservado em que as populações vivem em perfeita harmonia com a natureza.

Situado entre o vale do Tejo e as montanhas do centro do país, o Geopark Naturtejo foi o primeiro em Portugal a ser integrado pela UNESCO na sua rede mundial de geoparques, uma chancela internacional que promove o equilíbrio entre o Homem e a Natureza.

Com um riquíssimo património geológico, histórico, natural e cultural, este território estende-se por uma vasta área com cerca de 5.000 km2 que se distribui por sete concelhos: Castelo Branco, Idanha-a-Nova, Nisa, Oleiros, Penamacor, Proença-a-Nova e Vila Velha de Ródão.

Penha Garcia

GEOMONUMENTOS

Nesta área, encontram-se 17 geomonumentos de importância reconhecida pela UNESCO, como as imponentes Portas de Ródão, que comprimem o percurso do maior rio da Península Ibérica, ou os icnofósseis de Penha Garcia, cujas formações curiosas surpreendem os visitantes.

Mas há muito mais para conhecer nestas terras onde se integra o Parque Natural do Tejo Internacional. Ao chegar, sentimos logo os cheiros a pinheiro, rosmaninho e alecrim que se desprendem da vegetação, ondem se escondem coelhos, veados e raposas que desaparecem num ápice ao notarem a nossa presença. Mais visíveis são as cegonhas negras, que voam alto e vêm passar uma temporada entre fevereiro e agosto. Já as águias imperiais e os abutres vivem em colónias e gostam de poisar nas fragas dos rios, de onde têm a melhor vista sobre a paisagem.

Aldeia de Xisto

MARCAS DO PASSADO BEM PRESENTES

Encontram-se em tesouros arqueológicos como o complexo de arte rupestre do rio Tejo ou as ruínas da Egitânia. E também nas Aldeias do Xisto de Figueira, Álvaro, Sarzedas ou Martim Branco, lugares autênticos repletos de memórias e histórias.

Com um aspeto muito pitoresco, estas aldeias são aglomerados de pequenas construções de carácter popular construídas em xisto. Implantadas normalmente nos declives acentuados que caracterizam a região, o que lhes confere um mimetismo com a paisagem, estas aldeias são locais envoltos numa magia muito própria. O seu valor de conjunto reside na arquitetura simples e despojada das casas e palheiros, trespassadas por ruas estreitas que nos convidam a deambular e a desfrutar da vida serena que por lá se vive.

Por sua vez, do conjunto das dez aldeias classificadas como históricas, duas pertencem ao Geopark Naturtejo: Monsanto e Idanha-a-Velha, ambas localizadas no concelho de Idanha-a-Nova. Sobre Monsanto basta recordar que recebeu, em 1938, o título de “Aldeia mais portuguesa de Portugal”. Já Idanha-a-Velha, a célebre cidade romana Civitas Aegitidanorum, é referência obrigatória de todos os roteiros arqueológicos de Portugal. Mas a sua Idanha-a-Velha está repleta de vestígios de outros tempos. Visigodos e árabes, guerreiros medievais, cavaleiros do Templo e “senhores da terra” aqui deixaram as suas marcas.

Monsanto

LAZER E PATRIMÓNIO GASTRONÓMICO

Perfeito é combinar as visitas com algum exercício. A oferta de atividades é muito variada e inclui passeios pedestres, a cavalo ou em btt, escalada ou canoagem.

Para recuperar as forças, nada como uns momentos de lazer nas praias fluviais, inspirando o ar puro e os aromas do campo, ou uma pausa mais alargada nas Termas de Monfortinho, de Águas (Penamacor) ou da Fadagosa de Nisa.

Mas um dos traços de união mais emblemáticos do Geopark Naturtejo é o seu património gastronómico comum. Fruto de mentes engenhosas e de mãos sábias, os segredos dos pratos típicos da região foram passando de geração em geração e chegaram até aos nossos dias quase inalterados. O cabrito e o peixe de rio cozinhados segundo receitas ancestrais são petiscos que vale a pena apreciar.

Malhadal

ARTESANATO

O trabalho habilidoso destas gentes revela-se também no artesanato. Outrora, esta era uma atividade corrente que complementava o modo de vida das populações rurais da região. Hoje, serve para preservar a memória deste povo, para manter viva a sua riqueza cultural e para perpetuar o engenho de alguns mestres. Destaque para os bordados de Castelo Branco, os objetos em cortiça de Oleiros ou as cerâmicas de Nisa, peças que podemos trazer connosco para recordar estas terras enquanto não regressarmos. E isso será o mais certo, pois, como se costuma dizer na região, “quem vem, volta sempre”.

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