Portugal está na moda, mas as modas passam…

“Portugal está nas bocas do mundo… e agora?!” foi o mote para a intervenção do jornalista e assessor para a Comunicação Social da Presidência da República, Paulo Magalhães, esta quarta-feira, 21 de junho, no Pestana Palace, em Lisboa, perante uma plateia com mais de 50 hoteleiros associados da AHP – Associação da Hotelaria de Portugal.

A intervenção foi antecedida pelas palavras do presidente da AHP, Raul Martins, que se mostrou muito satisfeito pelo atual panorama que se vive na hotelaria em Portugal: “De acordo com a AHP Hotel Snapshot, o raio x da performance hoteleira que acabámos de lançar, 2017 começou com o primeiro melhor trimestre dos últimos 10 anos, a ocupação registou uma subida a dois dígitos, isto apesar de o aumento excecional da oferta quer hoteleira quer de outro tipo de alojamento. Também os preços aumentaram e numa análise ao primeiro trimestre dos últimos três anos, o RevPar registou uma subida impressionante de 30%. Todos os indicadores parecem vaticinar o melhor ano de sempre para a hotelaria portuguesa e estamos por isso numa posição privilegiada que ou potenciamos ou deixamos passar.”

Apesar dos números bastante otimistas e de Portugal estar na moda, Raul Martins relembrou que “as modas passam”, deixando no ar a questão: “Como aproveitar então o momento para posicionar o país de uma vez por todas no lugar que lhe pertence ao lado dos grandes destinos europeus?”.

O presidente da AHP aproveitou ainda a ocasião para relembrar as pesadas baixas que se têm registado com os incêndios que lavram na região Centro do País, avançando que a associação já se disponibilizou junto das câmaras municipais para, no âmbito do “nosso programa de solidariedade social cooperativa prestarmos apoio, contando obviamente com a generosidade dos nossos associados e parceiros.”

Paulo Magalhães começou a sua intervenção recordando que Portugal se encontra numa boa fase em termos globais, sublinhando acontecimentos como a conquista do título europeu de futebol ou mais recentemente o primeiro lugar no Festival Eurovisão da Canção, a visita do Papa e ainda a saída do défice excessivo. Mas os últimos acontecimentos, nomeadamente os incêndios que se têm registado em Pedrógão Grande e Góis e que ceifaram a vida a mais de 60 pessoas é também uma forma “de nos colocar a todos alguma água na fervura para o entusiasmo excessivo que possamos ter e lembrar-nos desta questão das florestas e dos problemas inerentes que temos vindo a empurrar com a barriga e que podem correr mal”.

O jornalista frisa que “tudo isto são ciclos, já passámos por crises económicas e o país endireitou-se e estamos num boom do turismo”, mas que é bom não esquecer que as modas também passam: “É bom que se fale de Portugal e que se fale bem, mas o meu receio é que quando houver um mínimo abanão ou aparecerem outros destinos, ou os turistas se esquecerem das ameaças terroristas no norte de África e partirem para lá, que o país, da mesma forma que se deu este boom, o mesmo boom desapareça. É importante termos toda uma máquina estruturada e montada para o caso de correr mal”.

 

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