De acordo com o inquérito realizado pela AHP – Associação da Hotelaria de Portugal sobre as “Perspetivas Verão 2019” – no qual foram analisadas as reservas já efetuadas na hotelaria nacional para o período de julho a setembro – os hoteleiros nacionais indicam que a Taxa de Ocupação e a Estada Média irão ser idênticas, no entanto perspetivam um melhor ARR e RevPAR.
Taxa de ocupação
Do total nacional, 54% dos hoteleiros consideram que a taxa de ocupação será igual à do ano passado. A região Centro é a mais otimista com 43% dos hoteleiros a perspetivar que a TO será melhor, Madeira é a mais pessimista com 47% a considerar que será pior. Para 86% dos inquiridos no Algarve, 75% em Lisboa e 64% nos Açores e 53% no Norte a taxa de ocupação vai ser superior a 80%.
ARR E REVPAR
No que respeita ao ARR – Preço Médio por quarto ocupado e RevPAR – preço médio por quarto disponível, as perspetivas são superiores ao ano anterior. Do total, 63% e 58% dos hoteleiros estimam que o ARR e o RevPAR, respetivamente, sejam melhores ou muito melhores do que no verão de 2018. No ARR, os hoteleiros de todos os destino turísticos, à exceção da Madeira, perspetivam um melhor ARR. Açores (86%), Alentejo (74%) e Norte (73%) são as regiões que esperam melhores resultados.
Também no RevPAR, 86% dos hoteleiros dos Açores indicam que este indicador será melhor do que em igual período do ano anterior, Madeira é o menos otimista com 42% dos inquiridos a esperar um igual RevPar.
Cristina Siza Vieira, CEO da AHP, comenta que “à semelhança do que aconteceu no verão de 2018, os hoteleiros estão menos otimistas em termos de crescimento da ocupação, isso acontece porque já estamos a falar de valores acima dos 80%, pelo que, naturalmente, é menor o potencial de crescimento. Perspetiva-se também que o ARR e o RevPAR sejam melhores do que no ano anterior, até porque nestes indicadores ainda há margem para crescer, considerando que será o primeiro (ARR) que irá impulsionar o segundo indicador (RevPar)”.
Estada Média
Quanto ao indicador “estada média” nada de novo também relativamente ao inquérito de 2018: 83% dos hoteleiros nacionais estimam que será igual à do ano anterior. Do total dos inquiridos, 50% esperam uma estada média entre 1 a 3 dias e 39% entre 3 a 5 dias. As estadas de 1 a 3 dias predominam no Centro (67%); Norte e Alentejo (65%); Açores (57%); e Lisboa (50%), enquanto 49% dos hoteleiros do Algarve perspetivam que a estada será de 3 a 5 dias. A maior duração das estadas – 5 a 10 dias – é esperada na Madeira (63%).
Mercados
Em termos de quota de mercado, os hoteleiros apontam os mercados interno e espanhol (16%); e francês (14%) como sendo os principais para a época estival. De destacar a melhor performance do mercado americano e francês, para 51% e 43% dos hoteleiros, e a pior performance do Reino Unido para 50% dos inquiridos.
Analisando por regiões, no Norte destaque para a perspetiva de crescimento do mercado americano e pior performance do mercado inglês, os principais mercados neste destino são Portugal e Espanha, com 18% de quota de mercado, ex-aequo. No Centro assistimos a uma estabilidade em todos os mercados e perspetiva de uma melhor performance no mercado nacional. Em Lisboa destaque para a previsão de crescimento do mercado americano, brasileiro, francês e chinês, com França, para 16% dos inquiridos, e Espanha, para 15% dos inquiridos, como principais mercados. No Alentejo as perspetivas apontam para um crescimento do mercado nacional, principal mercado neste destino com uma quota de 24%, e americano. Os hoteleiros do Algarve perspetivam uma pior performance dos mercados inglês, alemão e holandês. No entanto, o mercado inglês continua a ser o principal mercado naquele destino, com uma quota de mercado de 22%. Previsão de crescimento dos mercados americano e francês. Na Madeira, Alemanha, Reino Unido e França são apontados como principais mercados com uma quota de 19%, no entanto o mercado alemão terá uma pior performance do que no ano anterior. Nos Açores, os principais mercados serão, à semelhança do ano anterior, Portugal e Alemanha, com 18% e 15% de quota de mercado, respetivamente. Todos os hoteleiros inquiridos neste destino apontam os mercados americano e nacional com crescimento neste verão.
“Temos vindo a acompanhar, com particular atenção, a evolução dos mercados alemão e inglês, mas sobretudo do mercado alemão que tem decrescido, em número de hóspedes, na Madeira e no Algarve e a informação recolhida neste inquérito vem comprovar isso mesmo. 48% dos inquiridos na Madeira e 43% no Algarve esperam uma pior performance do mercado alemão. Já quanto ao mercado inglês, a Madeira está mais otimista, por contraponto ao Algarve onde 63% dos inquiridos esperam uma pior performance deste mercado emissor. Este pessimismo deve-se principalmente à indefinição do Brexit e à falência de algumas companhias aéreas, a última das quais a Germania Airlines, que operavam para estes dois destinos nacionais e que vêm diminuir a oferta de voos semanais”, conclui a responsável.