Com pompa e circunstância, foi assim que o novo Terminal de Cruzeiros de Lisboa foi inaugurado, oficialmente, esta sexta-feira, 10 de novembro. Um terminal, que começou a ser construído em abril de 2007, com a primeira fase do cais acostável e o reforço do cais existente e cujo investimento total é de 77 milhões de euros.
Deste investimento total, 54 milhões de euros estiveram a cargo da Administração do Porto de Lisboa, enquanto que os 23 milhões de euros restantes provêm do investimento realizado pelo consórcio LCT – Lisbon Cruise Terminals no âmbito do contrato de concessão de Serviço Público celebrado a 17 de julho de 2014 e que engloba a Gobal Liman Isletmeleri A.S., (Global Ports Holding), Grupo Sousa, Investimentos SGPS Ld.ª, Royal Caribbean Cruises Ltd e Creuers del Port de Barcelona SA.
Apesar de ter começado a sua atividade a 18 de setembro, altura em que recebeu o navio Monarch, que desembarcou e embarcou em Lisboa cerca de 3.500 passageiros, numa operação de full turnaround, o novo Terminal só hoje foi inaugurado oficialmente, contando com a presença, entre outros, do primeiro-ministro António Costa, da ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, do ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, do presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, do CEO da Global Ports Holding, Emre Sayin, do presidente da Lisbon Cruise Terminals, Luis Miguel Sousa e da presidente do Porto de Lisboa, Lídia Sequeira.
Depois de descerrada a placa do novo Terminal de Cruzeiros de Lisboa e de uma rápida visita pelas suas instalações, a ministra do Mar começou por relembrar a sua decisão em 2006, enquanto secretária de Estado dos Transportes, para avançar com a construção do novo empreendimento, revelando-se “feliz pela parceria com a Câmara Municipal de Lisboa para definição e acompanhamento do projeto”.
Para a governante a “missão está cumprida”, mas “nova missão começa para todos nós: a de fazer com que o novo Terminal cumpra os objetivos para que foi criado atraindo mais navios e mais passageiros de cruzeiros, designadamente em operações de turnaroud, para a cidade de Lisboa”.
Ana Paula Vitorino aproveitou ainda para congratular o arquiteto responsável pela obra, João Luís Carrilho da Graça, escolhido através de um concurso em que participaram 37 arquitetos a nível nacional. Um elogio partilhado também por António Costa e Fernando Medina, realçando este último, “a capacidade de fazer um edifício que não choca com as vistas da cidade e deixará uma marca no futuro de Lisboa”.
O presidente da Câmara de Lisboa aproveitou ainda para relembrar, que a construção do novo Terminal de Cruzeiros faz parte de “uma ambição estratégica da reabilitação da frente ribeirinha” da cidade e que teve início com o Terreiro do Paço, Ribeira das Naus, Campo das Cebolas, seguindo agora rumo a Santa Apolónia e Parque das Nações.
Como é o novo Terminal?
Ao todo são 13.800 metros quadrados de instalações distribuídos por 3 andares, que culmina num extenso terraço panorâmico que permite ver não só o cais, mas também parte da cidade. Existem 360 lugares de estacionamento público e 80 de autocarros/táxis e carros turísticos. Cerca de 65.000 metros quadrados estão destinados a jardins, estacionamentos e estradas de acesso. Jardins esses que vão permitir à população usufruir deste espaço também, e que segundo a ministra do Mar “poderá ser utilizado para festas e eventos”.
Destaque para o sistema de passarela com 600 metros quadrados, totalmente automatizado, com uma ligação ao terminal, e que hoje estava já a ser utilizado pelos passageiros dos dois cruzeiros atracados no cais: o Queen Victoria (Cunard Line) e o Jewel of the Seas (Royal Caribbean International). Mais tarde chegaria o MSC Poesia (MSC Cruzeiros), num total de 6.600 passageiros e 2.800 tripulantes.
Ao todo são 1.490 metros de cais para navios de comprimento multidimensional, com instalações de embarque e desembarque até 4.500 passageiros. A segurança e proteção estão também pensadas ao pormenor, com segurança 24 horas por dia/7 dias por semana, mais de 7 linhas de inspeção RX, protocolo de deteção aleatória de explosivos, entre outras.
Por fim destaque para a zona de lojas Duty Free/Vip Lounge/Cafetaria Pública, balcões de check-in (cruzeiro e voo) e wi-fi gratuito.
Evolução do porto de Lisboa
Segundo o Porto de Lisboa para 2017 e face às escalas anunciadas até à data prevêem-se 334 escalas e 552.700 passageiros, enquanto que para 2018, a concessionária estima a realização de 361 escalas e 617 mil passageiros, o que significa um crescimento face às previsões para 2017 de cerca de 8% nas escalas e de 18% no número de passageiros, ou seja, o melhor ano de sempre do Porto de Lisboa.
António Costa, que frisou o momento auspicioso em que Portugal se encontra, com a Economia a crescer é preciso continuar a alimentar todos os dias: “É essencial perceber que todos os dias é preciso tomar decisões importantes e fazer novos investimentos”.
O primeiro ministro sublinhou ainda que o turismo em Portugal representa 7% do PIB e 18% das exportações, relembrando que a atividade de cruzeiros aumentou este ano no Porto de Leixões em 50%, um bom exemplo, que segundo o governante “deverá ser seguido por Lisboa”.
O governante aproveitou a ocasião para agradecer ao Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) pela sua cooperação durante o evento de inauguração do novo Terminal de Cruzeiros de Lisboa, adiantando que “daremos um passo inovador que nos permitirá fazer toda a tramitação da entrada dos turistas que provêm de espaços fora da zona Schengen, que é ter previsto antes de desembarcarem no último posto de origem, que todo o controlo se faça ainda a bordo, permitindo aos passageiros já estarem controlados quando acostam e no momento de aportarem puderem ter todo o tempo disponível, não para a tramitação burocrática, mas para puderem usufruir da grande oferta da cidade e do país”.