APAVT 2019: “O setor das viagens continua absolutamente virado de pernas para o ar”

A afirmação foi de Pedro Costa Ferreira, presidente da APAVT, no que respeita à “gestão de segurança dos consumidores”.

Dirigindo-se à nova secretária de Estado do Turismo (SET), Rita Marques, o dirigente associativo, começou o seu discurso de abertura do 45º congresso da associação, afirmando que, “mantem-se teimosamente por regular, todo o espaço relacionado com a falência das companhias aéreas”.

Segundo Pedro Costa Ferreira, o setor deverá “temer muito mais a falência de uma companhia área, do que qualquer incidente nas viagens dos nossos turistas”. E alertou que, embora nos últimos dois anos tenham falido “36 companhias aéreas”, esta maré negra não vai parar por aqui.

Para o responsável, é fundamental a “criação de um fundo de proteção dos viajantes, que englobe a falência das companhias aéreas”.

Relembrando que o setor vive num “fim de ciclo”, devido ao abrandamento do crescimento do setor, Pedro Costa Ferreira defende que, a estratégia para os próximos dez anos, tem que ser redesenhada, para que se “traga o turismo o turismo para a centralidade económica do país”.

TAP

O novo modelo de distribuição prometido pela TAP já para o próximo ano foi outro dos assuntos que Pedro Costa Ferreira fez questão de enaltecer durante o seu discurso. Para a APAVT é fundamental que a companhia aérea de bandeira garanta uma “equidade no mercado, na igualdade de oportunidades para todos os agentes, da liberdade de escolha do consumidor”.

O profissional afirma “não considerar aceitável que o acesso ao Private Channel da TAP se faça a duas velocidades, porque o mercado é só um, porque todos os players têm que ter as mesmas oportunidades, porque os consumidores têm que ter liberdade de escolha”.

Aeroportos

Já o novo hub de Lisboa no Montijo foi posto em causa por Pedro Costa Ferreira. “Não sei se o Montijo é a melhor resposta ao problema do crescimento do hub de Lisboa ou se será Alverca, como alguém diz agora, ou Alcochete, como alguém decidiu no passado”, referiu, após o lançamento da primeira pedra do novo hub ter acontecido no Montijo há cerca de um ano e até ao momento não ter conhecido quaisquer desenvolvimentos.

Por outro lado, enalteceu que “o problema aeroportuário não é um problema apenas do hub de Lisboa”, afirmando que “o Algarve tem problemas de sazonalidade não resolvidos”, ao passo que “a Madeira tem um problema de inoperacionalidade que vem matando a confiança dos players”.

De acordo com o dirigente associativo, “os problemas aeroportuários são tanto da engenharia, como da política turística. E não é um problema de Lisboa, é de todo o país”. Considera, por isso, importante, nesta legislatura, “uma perfeita interação entre as tutelas do turismo e dos transportes”.

Mobilidade turística

A mobilidade turística nas grandes cidades, sobretudo em Lisboa, foi outro dos assuntos levados ao congresso por Pedro Costa Ferreira. Neste caso, alerta uma vez mais a SET para a necessidade de se criarem condições para “gerir a pressão turística, em nome da qualidade do turismo e do bem-estar das populações”.

No que respeita à capital, Pedro Costa Ferreira acredita que após as últimas conversações que mantiveram com a Câmara Municipal de Lisboa existe agora “uma marcada vontade de dialogar com os parceiros turísticos, com o objetivo de mitigar os efeitos perversos na operação turística, na hotelaria e na restauração”.

IVA

A desigualdade fiscal no setor MI entre Portugal e a vizinha Espanha também não foi esquecida pelo responsável.

“Sabendo nós como o MI pode ser absolutamente fundamental para o crescimento da receita por pessoa, não nos cansaremos de chamar a atenção para este anacronismo em que em Badajoz o mesmo evento é 23% mais barato que em Elvas”, evidenciou.

O 45º Congresso da APAVT está a decorrer até domingo, dia 17 de novembro, no Hotel Savoy Palace, no Funchal.

*A VIAJAR MAGAZINE no Funchal a convite da APAVT

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