Turismo de Marrocos reabre representação em Portugal e pretende multiplicar visitantes portugueses

“Reabrimos a delegação em Lisboa e também temos um plano para este mercado, porque é importante e estratégico para Marrocos”, afirmou Khalid Mimi, diretor do Turismo de Marrocos para Espanha, Portugal e América Latina, à margem da XIX Convenção da GEA, que se realizou, de 7 a 10 de dezembro, em Marraquexe.

Por Sílvia Guimarães*

Ayoub Jillar

Ayoub Jillar foi apresentado como o novo delegado para Portugal, cargo que já desempenha desde o verão passado.

“Os portugueses e marroquinos conhecem-se bem e partilham valores culturais, a relação entre os dois países é excelente. Neste momento, os números são bons, mas queremos fazer mais”, explicou o diretor, adiantando ainda que querem “fazer mais” e “trabalhar profundamente este mercado”, embora “os números do mercado português sejam bons”.

Este ano, até outubro, Marrocos recebeu a visita de 122 mil portugueses, num crescimento de 40% face ao período homólogo do ano anterior. Em 2019, no ano de pré pandemia, o país recebeu 110 mil turistas no seu todo e este ano conta fechar o ano com “140 a 150 mil”.

Portugal “é dos mercados que cresceu mais rapidamente”, referiu, ficando apenas atrás de Espanha.

Khalid Mimi

“Os portugueses conhecem bem Marrocos e os seus destinos preferidos são Marraquexe e também a zona norte, como é o caso da estância de Saïdia com mais de 30 a 35% de todo o fluxo dos portugueses a Marrocos, bem como a estância de Agadir que absorve 20%”, esclareceu Khalid Mimi.

Embora considere que “temos uma capacidade aérea muito intensa e importante entre Portugal e Marrocos para as cidades de Tanger, Casablanca e Marraquexe, ao longo do ano, bem como para Agadir e Oudja só no verão, conectadas a Lisboa e Porto”, o mais importante agora para o profissional será “trabalhar para multiplicar as rotas aéreas”, para que “todos os destinos sejam conectados com todos os aeroportos de Portugal”.

Outro fator importante apontado pelo diretor do Turismo de Marrocos em Portugal é a contratualização. “Temos acordos duráveis com todos os grandes tour operadores de Portugal, o que significa que trabalhamos juntos para fazer programas inovadores para o destino Marrocos. Claro que temos a programação de Saïdia, no Mediterrâneo, para os portugueses durante o verão, mas Marrocos também é um destino de inverno, seja em Marraquexe, Essauira, Agadir ou no deserto. O objetivo é que, nos próximos dois a três anos, Marrocos esteja no pensamento dos turistas portugueses que queiram fazer city breaks, um circuito ou ficar uma semana”.

Mostrando a multiplicidade de oferta em Marrocos, Khalid Mimi deixou claro que o país tem muito mais que praia, deserto ou city breaks para oferecer. “Temos a montanha, duas estâncias de sky, golfe… Se os clientes estiverem, por exemplo, interessados em cultura e história, temos circuitos montados, se querem resorts também os temos, se pretendem uma experiência única no deserto também oferecemos este tipo de programas e, sobretudo, temos uma oferta muito original e atrativa ao nível do alojamento, que são os riades, e que existem apenas em Marrocos, antigas casas marroquinas que foram renovadas, não com muitos quartos, com dimensão humana, e que oferecem aos clientes uma experiência única”.

Apesar de dizer que têm em conta o poder de compra dos portugueses, “o objetivo passa por, nos próximos dois a três anos, duplicar ou triplicar o fluxo de portugueses em Marrocos”, dado que “temos projetos de cinco anos com os tour operadores, com vista ao crescimento do fluxo e de programação”.

No que toca a ligações aéreas, frisou que, apesar de estarem “a trabalhar com todas as companhias aéreas”, TAP, Royal Air Marroc, easyJet, Ryanair e Air Arabia, têm mantido conversações com a TAP para um reforço da programação da companhia portuguesa, que neste momento tem voos para Casablanca, Marraquexe e Tanger. “Com a easyJet, de Lisboa e do Porto, temos operações para Marraquexe e Agadir. A Ryanair também está interessada, bem como a Air Arabia”, proferiu.

Sem contar com as operações charter, afirmou que para 2024 já estão confirmados 400 mil lugares em operações regulares entre Marrocos e Portugal, o que se traduz num crescimento de 15% face a 2023.

“Queremos reforçar Marraquexe, porque a atração do destino junto dos turistas portugueses é muito grande. Depois queremos crescer a programação de Agadir, porque pensamos que é um sítio que vai interessar o turista português durante todo o ano. Queremos também abrir a cidade de Fez, não só para circuitos como estadias de city breaks, e também Ouarzazate que é a porta do deserto, em operações charter diretas”, adiantou.

Marrocos tem como objetivo chegar a 2026 a atingir os 17,6 milhões de turistas internacionais, sendo que para este os números indicam que possam chegar aos 14 milhões de visitantes, mais dois milhões que no ano passado.

*A jornalista viajou a Marraquexe a convite da GEA

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