Os novos A330 da TAP, que diariamente atravessam o Atlântico nas novas rotas da companhia aérea para os EUA, têm inscritos os nomes de João Vaz Côrte-Real e John dos Passos, duas personalidades de origem portuguesa ligadas ao continente americano e aos arquipélagos dos Açores e da Madeira.
Neto de madeirenses, John Dos Passos foi um dos escritores norte-americanos mais apreciados da primeira metade do século passado, sendo também reconhecido como um pintor notável. Nasceu em 1896, em Chicago, mas a sua origem é portuguesa, tendo o seu avô partido da Ponta do Sol, na ilha da Madeira, com apenas 18 anos. Após terminar a sua licenciatura em Harvard, o escritor publica a sua primeira obra em 1919, “One Man’s Initiation”. Contudo, é com “Manhattan Transfer”, publicado em 1925, romance que retrata em episódios a vida na cidade de Nova Iorque, que obtém o reconhecimento generalizado da crítica especializada. Publicou ainda a trilogia “U.S.A.”, que inclui a obra “The 42nd Parallel”, uma das que mais expressão teve junto dos leitores norte-americanos.
Já perto do final da sua vida, John Dos Passos dedicou ainda uma obra à ‘História de Portugal: Três Séculos de Explorações e Descobertas’, publicada em 1969, em que se encontra reflectido o fascínio do autor pelas suas origens portuguesas, retratando na mesma o apogeu e queda do País enquanto potência mundial, a partir das suas próprias experiências de viagem e investigação histórica.
Muitas vezes associado a Ernest Hemingway, de quem foi amigo, Jean-Paul Sartre chega mesmo a designá-lo como “o maior escritor do nosso tempo”. Na Ponta do Sol, na Madeira, o Centro Cultural John dos Passos assinala a ligação do escritor à terra de origem dos seus antepassados.
Nascido no Algarve, cerca de 1430, João Vaz Côrte-Real distingue-se como um dos principais navegadores portugueses do século XV. João Côrte-Real terá sido um dos primeiros europeus a atingir o continente americano, entre 1470 e 1473. A sua primeira expedição terá sido realizada cerca de 1470, tendo talvez chegado à Terra Nova. Mais tarde, terá efetuado outras viagens que lhe permitiram explorar as margens do rio Hudson, na atual Nova Iorque, e as do rio São Lourenço, até ao Canadá, chegando à Península de Labrador. A Coroa Portuguesa atribuiu-lhe o título de Capitão-Donatário de Angra do Heroísmo, onde viveu grande parte da sua vida e onde viria, também, a falecer em 1496.
No âmbito do seu programa de expansão para o mercado norte-americano, a TAP homenageia, desta forma, duas singulares individualidades, inscrevendo os seus nomes nos novos aviões A330 a operar especialmente para Nova Iorque – JFK e Boston. Com interiores de cabine completamente renovados, estas aeronaves oferecem mais conforto em classe executiva, com cadeiras full flat, mas também em classe económica, com cadeiras slimline, dispondo de maior distância entre si e sistemas de entretenimento on demand.
Os novos A330 cruzam, assim, o Atlântico, dando continuidade a uma rota ancestral percorrida por portugueses há mais de 500 anos.