Fica a oito quilómetros de Loulé e a 20 quilómetros das praias e do aeroporto de Faro, no Algarve, chama-se Ombria Resort e conta com 153 hectares de terreno. Um investimento de 260 milhões de euros do Grupo Pontos, um fundo finlandês de private equity, que na passada sexta-feira, 25 de agosto, celebrou o lançamento da primeira pedra deste projeto, que deverá estar concluído em 2019.
Situado perto da paisagem protegida da Fonte Benémola e de aldeias típicas como Querença e Tôr, este complexo turístico, respeitará os mais elevados padrões internacionais de qualidade, cujo objetivo é ser pioneiro de uma nova geração de resorts em que o meio ambiente, a responsabilidade social e o apoio à natureza e património local são prioridades. Conceito e design arquitetónico de baixa densidade, serviço de alta qualidade, atividades indoor e outdoor e instalações de última geração serão os motores para alcançar estas metas.
Para já e numa primeira fase, o Ombria Resort inclui as infraestruturas e o campo de golfe de 18 buracos, já em construção desde outubro de 2016, contempla ainda o Viceroy at Ombria Resort, de 5 estrelas, com 76 quartos e as Viceroy Residences at Ombria Resort, que incluem 65 residências turísticas. O complexo hoteleiro inclui também um clubhouse, um centro de conferências, 5 restaurantes, spa, kids club, um observatório astronómico, piscinas aquecidas e várias outras instalações de lazer e fitness. Esta será, aliás, a primeira unidade da marca americana Viceroy Hotels & Resorts em Portugal.
Nesta primeira fase do projeto serão investidos 100 milhões de euros, mas o total do investimento, nas três fases previstas, irá ultrapassar os 260 milhões de euros, com o investidor Grupo Pontos a realizar este investimento com 60% em capitais próprios. Um cenário pouco usual e que atesta o compromisso do investidor em realizar o projeto dentro dos prazos estipulados.
Na cerimónia de lançamento da primeira pedra, em que estiveram presentes para além dos responsáveis ligados ao Ombria Resort – Ilpo Kokkila (Chairman Pontos Group), Timo Kokkila (CEO Pontos Group), Anton Bawab (Regional President EMEA Viceroy Hotel Group), Ville Tallbacka (Diretor Ombria Resort), Julio Delgado (CEO Ombria Resort) – também a Secretária de Estado do Turismo, Ana Godinho, o Presidente da Câmara de Loulé, Vítor Aleixo e o presidente da Região de Turismo do Algarve, Desidério Silva, entre outras entidades.
Ilpo Kokkila, Chairman do Pontos Group, mostrou a sua satisfação por esta nova etapa ao afirmar: “Estamos entusiasmados com o progresso do nosso projeto e estamos aqui, hoje, para celebrar, pois finalmente chegou o momento de começar. Foram 20 anos de trabalho árduo que concentraram muitos recursos e energias. Apesar dos riscos que assumimos, mantivemos sempre o foco neste projeto porque sempre acreditamos no Algarve e em Portugal”.
O mesmo responsável criticou a lentidão do processo burocrático em torno deste projeto, apesar de garantir que a cooperação com a autarquia local e as autoridades competentes “seja excelentes, mas o atraso deste processo é inacreditável. Esta morosidade prejudica gravemente o progresso no país.”
“A beleza natural das paisagens faz com que o nosso principal objetivo seja assegurar que este projeto seja altamente sustentável. Um dos nossos compromissos é também que o Ombria Resort seja totalmente aberto às populações locais. É nosso propósito trabalhar em conjunto com as pessoas e empresas das localidades circundantes, dando-lhes assim a oportunidade de usufruir, trabalhar ou fazer negócio”, refere ainda Ilpo Kokkila.
Também a Secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho, recordou ter participado neste projeto há 10 anos: “Foi um processo difícil, complicado, mas que teve a capacidade de pôr todas as pessoas a falar em conjunto, a ver que havia problemas, a identificá-los e a encontrar soluções através do diálogo. E é isso que está a marcar o nosso panorama hoje em Portugal. Estamos a crescer acima da Europa, a nossa economia está a crescer a um ritmo de 2,8%, o desemprego baixou aos níveis de 8,8% mais baixo que na Europa e estamos a um ritmo de procura dos investidores por Portugal, porque neste momento acreditam no que está a acontecer no país e nesta mudança de paradigma.”
A mesma responsável relembrou ainda que são projetos destes que trazem ao Algarve mais do que sol e praia: “O que estamos a sentir é que este crescimento se nota cada vez mais ao longo do ano, numa sustentabilidade que garante que a atividade tem capacidade de criar emprego ao longo de todo o ano e não é apenas sazonal. O Algarve é também disso exemplo e tem demonstrado essa capacidade. Em 2016 dois terços do crescimento da procura das dormidas aconteceu na época baixa no Algarve. Este ano no primeiro semestre temos mais 600 mil dormidas, de janeiro a junho, no Algarve e com grande crescimento também no tráfego aéreo, num grande trabalho articulado entre aeroporto, promotores e entidades públicas, no sentido de trabalharmos cada vez mais em conjunto no desenvolvimento sustentável da atividade turística ao longo de todo o ano e de todo o território. Também no Algarve o turismo claramente contribuiu para que fosse a região onde o emprego mais diminuiu, cerca de 29,6%. Ora isto não cai do céu, isto resulta de um trabalho de todos e de há muitos anos.”
“Acredito muito neste projeto, porque pode ser aqui uma âncora fundamental também para a promoção da coesão territorial que tanto precisamos, para mostrarmos que o Algarve não é só sol e praia, mas temos de mostrar os novos produtos”, remata.
Para Julio Degado, CEO do Ombria Resort, “este é um projeto inovador e ímpar em Portugal, é um empreendimento turístico de nova geração que visa afirmar-se como uma referência do setor no Algarve e no Sul da Europa. A sua localização única, a sua envolvente natural, com colinas e ribeiras, e o contacto com o verdadeiro Algarve permitem posicionar o nosso resort de forma diferenciadora. O Ombria Resort vai oferecer um estilo de vida singular, combinando sofisticação com experiências autênticas”.
À margem da cerimónia do lançamento da primeira pedra do projeto, o presidente da Região de Turismo do Algarve, Desidério Silva, disse à Revista Viajar que este é um investimento “bom para o Algarve, porque é no interior e embora tenham sido necessários tantos anos para o pôr de pé é um projeto que traz uma oferta de um produto diferente. Temos uma região onde obviamente a questão maior é a preocupação de sustentabilidade. Sabemos que durante muitos anos nos focámos muito no sol e praia e no mar e no golfe, mas muito na fatia do litoral, ora é evidente que a preocupação da Região de Turismo é muito de desfocar um pouco o litoral, ou melhor não desfocando, mas focando a componente do barrocal e da serra e este investimento tem essa particularidade, de trazer riqueza para o barrocal, trazer uma oferta diferente, trazer uma ligação com a comunidade local e mais emprego”.
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