AHP defende que hoteleiros devem ser ouvidos quanto às taxas turísticas

O Presidente da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), Raúl Martins, defende que a forma como a Associação de Turismo de Cascais está a propor a introdução de mais uma taxa turística “não é a mais correta”. Segundo o responsável, como esta “será uma taxa cobrada pelos hoteleiros”, também estes deveriam ser ouvidos em relação ao assunto e apenas deveriam ser aprovadas com o parecer favorável do setor hoteleiro, relembrando que hoje em dia existe em Portugal “qualquer coisa como 16 mil milhões de euros em investimento em hotelaria”.

Raúl Martins, que falava esta terça-feira, num encontro com a imprensa do trade, em Lisboa, afirma que os “motivos para a implementação desta taxa não estão explícitos” no concelho de Cascais e considera que há, por isso, aqui “uma falta de ética”.

Por outro lado, deu como “exemplo a ser seguido” o caso da taxa turística de Lisboa, para a qual os hoteleiros participaram nas discussões e decisões antes que fosse implementada.

Mesmo assim, nem neste caso tudo foi pacífico desde o início. Esta taxa começou por estar associada à construção de um centro de congressos, o que trouxe “algumas dúvidas”. Neste sentido, o dirigente associativo avançou que a AHP decidiu, na altura, reunir os hoteleiros de Lisboa que, em conjunto, chegaram à conclusão que a taxa “poderia ser interessante”. Apenas o centro de congressos gerava contrassensos. “Não estávamos seguros, apesar de ser pago na totalidade por esse fundo, de que não viesse a tornar-se numa exploração deficitária em que o ónus cairia sobre quem o administrasse”, explicou o hoteleiro.

O ultrapassar deste empasse foi conseguido quando a Câmara Municipal de Lisboa concordou que “a aplicação das taxas turísticas teria que ter o acordo de um comité onde estivessem representados os hoteleiros” da cidade, tendo sido criado um Fundo de Desenvolvimento Turístico para Lisboa.

Mencionando os projetos que considera mais relevantes na receção de apoios desse fundo, Raúl Martins começou por falar da conclusão do Palácio da Ajuda, que irá acolher a exposição das joias da coroa. Segue-se o projeto, recentemente apresentado, do novo Terminal de Atividade Marítimo-Turística de Lisboa, no Terreiro do Paço, a construção do Centro Interpretativo da Ponte 25 de Abril e a nova sinalética turística que vai ser colocada por toda a capital.

Os hoteleiros de Lisboa propõem ainda “criar um polo à volta do Museu do Azulejo com ateliers para pintores e ceramistas que possam recriar o azulejo português”, revelou.

A promoção será outra das vertentes que este fundo irá abranger, de acordo com as palavras do presidente da AHP. Este vai “desde apoio para a organização de congressos, apoio às companhias aéreas e outros capítulos da promoção sempre em paralelo com a ATL”, afirmou, adiantando que a AHP “já conseguiu chegar a um acordo com a câmara” em relação a todos estes projetos.

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