O setor do alojamento turístico registou 208,2 mil hóspedes e 472,9 mil dormidas em fevereiro de 2021, correspondendo a variações de -86,9% e -87,7%, respetivamente (-78,8% e -78,5% em janeiro, pela mesma ordem), revela o relatório mensal do INE – Instituto Nacional de Estatística.
Desde o início da pandemia, fevereiro foi o terceiro mês com maior redução do número de dormidas, tendo sido apenas ultrapassado pelos meses de abril e maio de 2020 (-97,4% e -95,8%, respetivamente).
As dormidas de residentes diminuíram 74,8% (-61,0% em janeiro) e as de não residentes recuaram 94,4% (-87,2% no mês anterior).
Estes resultados foram influenciados pelo facto de, este ano, não se terem realizado, devido à pandemia COVID-19, eventos associados ao Carnaval. Adicionalmente, há também que considerar um efeito de calendário, dado que fevereiro teve 28 dias em 2021, menos um que em 2020.
As dormidas na hotelaria (70,1% do total) diminuíram 89,7%. As dormidas nos estabelecimentos de alojamento local (peso de 25,6% do total) decresceram 78,0% e as de turismo no espaço rural e de habitação (quota de 4,4%) recuaram 75,8%.
Em fevereiro, 61,8% dos estabelecimentos de alojamento turístico estiveram encerrados ou não registaram movimento de hóspedes (57,0% em janeiro).
Dormidas de residentes e de não residentes com decréscimos muito acentuados
Durante o mês em análise, o INE revela que o mercado interno (peso de 69,8%) contribuiu com 329,9 mil dormidas, o que representou um decréscimo de 74,8% (-61,0% em janeiro). As dormidas dos mercados externos diminuíram 94,4% (-87,2% no mês anterior) e atingiram 143,0 mil.
No conjunto dos primeiros dois meses do ano, verificou-se uma diminuição de 83,5% das dormidas totais, resultante de variações de -68,6% nos residentes e de -91,1% nos não residentes.
Principais mercados mantiveram diminuições expressivas
A totalidade dos dezassete principais mercados emissores, tendo como base os resultados preliminares de dormidas em 2020, manteve decréscimos expressivos em fevereiro, tendo representado 80,3% das dormidas de não residentes nos estabelecimentos de alojamento turístico neste mês. As maiores reduções registaram-se nos mercados canadiano (-99,2%), chinês (-97,4%), dos Estados Unidos (-97,3%), sueco (-96,8%), dinamarquês (-96,5%) e britânico (-96,3%).
Dormidas com diminuições acentuadas em todas as regiões
Nesse mesmo mês, todas as regiões registaram decréscimos expressivos das dormidas, superiores a 75%, verificando-se as menores diminuições no Alentejo (-75,9%) e Região Autónoma dos Açores (-78,1%) e as maiores reduções na Região Autónoma da Madeira (-92,6%), Algarve (-91,9%) e Área Metropolitana de Lisboa (-88,5%). Foi precisamente esta última que concentrou 27,4% das dormidas, seguindo-se o Norte (21,5%), o Centro (14,6%) e o Algarve (14,5%).
No conjunto dos primeiros dois meses do ano, as regiões que apresentaram menores diminuições no número de dormidas foram o Alentejo (-70,0%), RA Açores (-76,6%) e Centro (-77,8%). Em sentido contrário, as maiores reduções verificaram-se no Algarve (-87,6%), RA Madeira (-87,0%) e AM Lisboa (-85,4%).
Em fevereiro, todas as regiões apresentaram decréscimo no número de dormidas de residentes, tendo as menores reduções sido registadas na RA Açores (-68,1%) e AM Lisboa (-70,8%).
Em termos de dormidas de não residentes, o Alentejo apresentou um decréscimo de 84,2% e o Centro registou uma redução de 89,1%, enquanto as restantes regiões apresentaram decréscimos superiores a 90%.
No que respeita à estada média nos estabelecimentos de alojamento turístico (2,27 noites), também esta sofreu uma redução de 5,7% (+1,2% em janeiro). A estada média dos residentes aumentou 12,6% e a dos não residentes cresceu 37,2%.