“Sim, o aeroporto de Lisboa é um problema e não adianta virem dizer que estamos a falar sempre da mesma coisa. Falaremos até que o problema esteja resolvido”, afirmou Pedro Costa Ferreira, presidente da APAVT, perante um aplauso efusivo da plateia, na sessão de encerramento do 44° Congresso Nacional da associação.
O aeroporto da Madeira também esteve na mira do dirigente associativo. Este considera que a infra-estrutra aeroportuária insular “enfrenta uma situação anacrónica, em que a tecnologia que hoje existe nas aeronaves e aeroporto, estão limitadas por uma legislação de 1964, e onde apenas o medo de atuação política pode justificar a inexistência de ação”.
Pedro Costa Ferreira garante que “o crescimento anterior não garante o crescimento futuro” e assegura que tudo tem a ver “com percepção do futuro e planeamento”.
Embora o responsável tenha considerado no seu discurso da sessão de abertura do congresso estarmos num final de ciclo para o Turismo, agora esclarece que “falar em final de ciclo, nada tem a ver com a perspetiva de decrescimento, tem a ver exatamente com a vontade de continuar a crescer”. E continuou, “é porque queremos crescer no futuro que temos que ter melhores estatísticas; é por querermos crescer no futuro, que seria importante acordarmos num critério de acompanhamento da atividade; e sim, tudo indica que o acompanhamento da receita parece ser o critério mais razoável”.
Por outro lado, defende que “devemos combater a politização do turismo, a híper regulamentação ou a esquizofrenia legislativa”. A título de exemplo, relembro a intervenção do ex-secretário de Estado do Turismo, Adolfo Mesquita Nunes, afirmando : “não podemos, na mesma semana, acolher o Web Summit, dar uma canelada no alojamento local e ainda um puxão de orelhas à Uber. É que a rapaziada que esteve no Web Summit, além da hotelaria tradicional, frequentou o alojamento local, tendo-se deslocado de Uber…”.
Pedro Costa Ferreira disse que outra das conclusões que retirou deste congresso foi “a certeza de que, do mesmo modo que a formação é o único caminho que conduz à melhoria da qualidade do serviço, sabermos inserir as nossas empresas na economia digital será vital”. Por outro lado, concluiu afirmando que “o setor está mais preparado tecnologicamente”, mas adianta que “há muita ferramenta que está disponível, quer do ponto de vista da sua maturidade económica, quer do ponto de vista do seu custo, que poderá contribuir para a modernidade das agências de viagens, e, sobretudo, para a melhoria da resposta técnica e da interação com o cliente”.
* por Sílvia Guimarães, em Ponta Delgada a convite da APAVT