A TAP registou no terceiro trimestre de 2022 um recorde histórico de receitas operacionais, que ascenderam aos EUR 1,1 mil milhões, excedendo os níveis pré-crise em 7,5%, o que permitiu à companhia alcançar um desempenho financeiro sem precedentes, com um EBITDA Recorrente de EUR 280,1 milhões e um EBIT Recorrente de EUR 152,7 milhões, ambos acima dos níveis pré-crise, apesar do aumento dos custos com combustível.
Com estes indicadores, a TAP teve um resultado líquido positivo de EUR 111,3 milhões, impulsionado por fortes resultados operacionais e efeitos positivos da implementação da política de cobertura cambial.
A posição de liquidez da Companhia aérea portuguesa é sólida, com EUR 775,1 milhões em Caixa e equivalentes no final do trimestre.
Para Christine Ourmières-Widener, Chief Executive Officer da TAP, “A TAP está a confirmar a solidez do seu desempenho no terceiro trimestre, com todas as métricas financeiras acima dos níveis pré-crise, apesar do aumento dos custos de combustível. A procura para T4 mantém-se bastante forte, suportando as expectativas de um bom resultado acumulado até final do ano. A visibilidade para o próximo ano é, no entanto, ainda limitada e, atendendo às incertezas da atual conjuntura, é cada vez mais crucial que mantenhamos o foco no nosso plano estratégico, o qual tem, até agora, provado ser eficaz. Os próximos passos decisivos a tomar são: levar a cabo discussões produtivas com os nossos parceiros laborais para a criação de Acordos Coletivos de Trabalho mais modernos, melhorar as nossas operações e a qualidade do nosso serviço com o envolvimento de todos os stakeholders, a constante negociação de todos os nossos contratos com terceiros e a cuidada preparação do próximo ano”.
O número de passageiros transportados no terceiro trimestre duplicou, em comparação com o mesmo período de 2021, atingindo 85% dos níveis de igual período de 2019. Adicionalmente, durante este período, a TAP operou uma vez e meia o número de voos de 2021, ou 81% das partidas de 2019.
A recuperação das operações continuou, com a capacidade (medida em ASK) a aumentar 1,7 vezes em comparação com o 3T21 e com o Load Factor a melhorar 20,3 p.p. numa base anual, atingindo 87,0%. Em comparação com 2T19, os ASK estão a 88% e o Load Factor a 105% dos níveis pré-crise.
As receitas operacionais foram 2,5 vezes superiores às do mesmo período do ano passado, aumentando de EUR 657,3 milhões para EUR 1.118,9 milhões, representando 107% das receitas operacionais do terceiro trimestre de 2019. Esta situação foi predominantemente impulsionada pelo aumento das tarifas e maior capacidade, resultando num aumento das receitas do segmento de passageiros em EUR 633,4 milhões relativamente ao 3T21, para EUR 1.001,9 milhões, e gerando um PRASK de EUR 7,51 cêntimos – uma melhoria de 61,3% em comparação com o 3T21 e de 23,2% em comparação com o mesmo trimestre em 2019.
Os segmentos de Manutenção e de Carga contribuíram para o aumento das receitas com EUR 33,9 milhões e EUR 7,2 milhões, respetivamente. O segmento de Manutenção terminou o terceiro trimestre com receitas de EUR 48,0 milhões, mais do que 200,0% face ao 3T21, impulsionada pela recuperação geral da indústria. Por sua vez, as receitas no segmento de Carga ascenderam a EUR 64,3 milhões, aumentando 12,7%, em comparação com o 3T21.
Os custos operacionais recorrentes ascenderam a EUR 966,2 milhões, aumentando 97,4% em comparação com o 3T21. Este aumento significativo reflete o maior nível de atividade, dado um aumento de ASK de 68,5% durante este período. Em comparação com o mesmo período de 2019, os custos operacionais recorrentes foram 6,0% mais altos, essencialmente em resultado do custo mais elevado com combustível, que aumentou EUR 137,7 milhões de euros no período. Excluindo a rubrica de combustível, o CASK dos custos operacionais recorrentes registou uma diminuição de 9,0% em comparação com o 3T21, para EUR 4,46 cêntimos, o que compara com EUR 4,45 cêntimos do 3T19 (i.e., +0,2%).
O custo com combustível mais do que triplicou, aumentando EUR 269,9 milhões numa base anual para EUR 371,9 milhões. Apesar de ter gerado um efeito positivo de EUR 15,9 milhões, a estratégia de cobertura apenas conseguiu reduzir de forma marginal o efeito dos preços de mercado do jet fuel mais elevados, que contribuíram com EUR 153,0 milhões para o aumento do custo com combustível.
O EBITDA Recorrente registou pelo quinto trimestre consecutivo um valor positivo desde o início da crise e alcançou um valor recorde de EUR 280,1 milhões, no 3T22. Isto representa um aumento de EUR 214,5 milhões de euros em comparação com o mesmo período em 2021. O EBIT Recorrente atingiu os EUR 152,7 milhões, um aumento de EUR 198,5 milhões face ao 3T21. Considerando os itens não recorrentes, o EBIT foi positivo em EUR 141,1 milhões (mais EUR 187,0 milhões vs. 3T21). Em comparação com o 3T19, o EBIT Recorrente e o EBIT melhoraram em EUR 22,9 milhões e EUR 12,6 milhões, respetivamente.
Os itens não recorrentes tiveram um impacto negativo de EUR 11,6 milhões relacionado com a imparidade adicional dos pagamentos de juros do empréstimo à TAP SGPS, cuja perda por imparidade já fora reconhecida em 2021.
O Resultado Líquido passou a positivo no trimestre e melhorou EUR 245,8 milhões, em comparação com o 3T21, para EUR 111,3 milhões, impulsionado pelo forte desempenho operacional e um efeito positivo da implementação de uma política de cobertura cambial mais abrangente, que também reduziu o impacto cambial dos anteriores trimestres de 2022. Esta situação está relacionada com a atual estratégia de gestão do risco financeiro da TAP, que visa reduzir a volatilidade dos impactos das variações cambiais sobre a Demonstração de Resultados. Mesmo excluindo a mencionada melhoria na política de cobertura cambial, o Resultado Líquido permanece positivo em EUR 31,8 milhões.
O Balanço apresentou uma forte posição de caixa e equivalentes de caixa de EUR 775,1 milhões a 30 de setembro de 2022, que foi cerca de 2,0 vezes superior do que à mesma data do ano anterior, refletindo um aumento de EUR 377,5 milhões. A contribuição acionista de EUR 990 milhões, aprovada pela Comissão Europeia no plano de reestruturação da TAP, está ainda pendente e espera-se que seja executada até ao final do ano.
De uma perspetiva operacional, Agadir, Marrocos (AGA), um destino que estava anteriormente suspenso, foi relançado no terceiro trimestre. A respeito da frota operacional[1], durante o trimestre, a TAP manteve o número de aeronaves ao serviço em 96, por phasing-out 1 ATR e phasing-in 1 E-Jet. A 30 de setembro de 2022, 66% da frota operacional de médio e longo curso consistia em aeronaves da família NEO (em comparação com 65% em 30 de setembro de 2021 e 33% em 30 de setembro de 2019).
Acumulado dos primeiros nove meses
No acumulado dos primeiros nove meses de 2022, as receitas operacionais atingiram EUR 2.440,1 milhões, mais 195,1% do que nos primeiros nove meses de 2021 (“9M21”). Juntamente com o maior nível de atividade (ASK aumentou em 135%), também os custos operacionais recorrentes registaram um aumento significativo de 79% para EUR 2.286,0 milhões, resultando num EBIT Recorrente positivo de EUR 154,1 milhões, um aumento de EUR 104,7 milhões, ou 3,1 vezes o montante no mesmo período de 2019, que até agora foi, para a TAP, o melhor ano em termos de desempenho financeiro.
O EBIT, incluindo itens não recorrentes de EUR 8,6 milhões, foi também positivo em EUR 145,5 milhões. O bom desempenho operacional e o menor impacto das variações cambiais, levaram a um Resultado Líquido de EUR -90,8 milhões que melhorou face aos EUR -202,1 milhões no final do primeiro semestre de 2022 e aos EUR -627,6 milhões nos primeiros nove meses de 2021.