A MTS Portugal está preocupada com o futuro do turismo em Portugal. Admitindo que o país está a travessar uma “excelente fase a nível do turismo”, muito graças aos “acontecimentos menos bons que têm afastado os turistas de outros destinos, como Turquia, Tunísia, Grécia, Egito e Paris”, Raquel Oliveira, general manager da MTS Portugal, deixa as questões: “Até quando vamos beneficiar com as desgraças dos outros? Será que estamos preparados para quando estes países voltarem aos seus tempos áureos?”.
A responsável, que falava, esta quinta-feira, numa apresentação que teve lugar no Restaurante Monte Mar, em Lisboa, perante uma plateia de hoteleiros parceiros presentes, deixou claro que “2015 foi muito bom, mas 2016 dificilmente poderia ser melhor”, marcando uma perspetiva de que 2017 consiga atingir números igualmente positivos. No entanto, apontou o dedo a 2018, para o qual as previsões são menos boas.
A profissional considera que “estamos com uma procura anormal porque as condicionantes externas ajudaram a que assim fosse”. A título de exemplo deixou a caso da Turquia que, apesar da primeira grande bomba que matou dezenas de turistas ter originado uma “perca de procura pelo destino em 50%”, a verdade é que atualmente “já está com apenas -2%”. Raquel Oliveira afirma que “o mesmo acontece com a Grécia que está a registar um crescimento na procura de 133%, ou mesmo com Paris, que regressará ao normal caso não aconteça nada no Euro 2016”.
Tento em conta a retoma que já se está a registar nesses destinos, a general manager deixou o recado aos hoteleiros que a ouviam: “Se não tivermos cuidado com o equilíbrio entre o preço e a qualidade, vamos perder”. Para Raquel Oliveira “os hotéis devem ganhar dinheiro, após vários anos de perdas, devido à crise, mas têm que fazê-lo com equilíbrio para que a alegria de hoje não se torne na desgraça de amanhã”.
Embora Portugal tenha “uma taxa de fidelização de clientes muito alta, nomeadamente em destinos como a Madeira, Lisboa ou Porto, até porque sabemos receber, a qualidade dos hotéis é boa, o destino é bonito, o que leva o cliente a voltar, se não tivermos cuidado no equilíbrio entre a qualidade e o preço, os clientes não vão voltar”.
Desta forma, a responsável pela MTS Portugal alerta os hoteleiros par a importância de não colocarem de lado a tour operação. “Não podemos prejudicar a tour operação porque queremos ganhar dinheiro (…) O que está a acontecer na Tour Operação é que, ainda que existindo disponibilidade aérea, não estão a conseguir vender, ou porque o preço está demasiado alto ou porque já não têm disponibilidade porque os hotéis estão cheios”. Raquel Oliveira defende assim um “equilíbrio”.
Leia o artigo completo na Edição de julho (nº 351) da revista VIAJAR – Disponível online
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