“A TAP vai parar de crescer”

Antonoaldo Neves, CEO da TAP, afirma que a TAP se sente “indignada por não poder crescer”. O gestor aponta, assim, o dedo à ANA Aeroportos por esta não fazer os investimentos necessários há mais de dois anos e de ainda não haver sequer um planeamento de realização ou conclusão das obras na pista e das saídas rápidas do Aeroporto Humberto Delgado.

“A TAP tomou uma decisão. A TAP vai parar de crescer, porque a TAP não está mais disposta a investir contando que alguma coisa vai acontecer”, anunciou em conferência de imprensa, esta quita-feira, em Lisboa, acrescentando ainda que a companhia aérea portuguesa “vai deixar de investir. A Portela é o pior aeroporto do mundo e vai piorar no próximo ano e no seguinte”.

Antonoaldo Neves mostrou-se preocupado com o facto de ter tido necessidade esta semana de cancelar 1500 voos para o próximo verão por falta de slots, embora tenha garantido que todos os passageiros dos voos cancelados “vão ser protegidos” e deixou no ar a questão: “Como é que eu posso fazer o meu próximo planeamento estratégico se eu não sei se vou ter os ‘slots’?”.

Raffael Quintas, da comissão executiva da TAP, que também participou da conferência de imprensa, deu a conhecer que, apenas em 2019, a transportadora aérea foi lesada durante 35 dias de operação limitada causada por nevoeiro e mais 129 dias por causa de exercícios militares realizados em torno do aeroporto, originando o pagamento de indemnização aos passageiros por causa dos atrasos.

“Mais de metade do ano estamos limitados por restrições operacionais que existem na Portela”, referiu Antonoaldo Neves, relembrando que este aeroporto “tem de ser equacionado”. E uma vez mais apontando o dedo à ANA Aeroportos disse: “Não faz sentido o aeroporto não ter ILS [sistema de apoio à navegação] no topo das duas pistas para ajudar os pilotos nos dias de nevoeiro. A pista 03 não tem ILS”.

O responsável assegura que “é importante trabalhar na melhoria da Portela, porque isso representa custo para a TAP e para o turismo”, mostrando estarem “disponíveis para ajudar a encontrar soluções”.

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