Adolfo Mesquita Nunes aponta o dedo à nova lei do alojamento local

O ex-secretário de Estado do Turismo defende que  “quem legislou sobre o alojamento local em Portugal não foi o governo mas sim a Assembleia da República e esta não obedeceu a nenhum critério técnico, obedeceu apenas a um número de pessoas que tinham que salvar a face perante as afirmações que tinham feito”.

Desta forma, o key note speaker do painel “Turismo em Portugal: Os desafios do Crescimento”, que decorreu esta manhã, no âmbito do 44º Congresso da APAVT – Associação Portuguesa Nacional das Agências de Viagens e Turismo, considera que “acabámos por ter uma lei desastrosa porque apenas era necessário fazer política com o alojamento local” e deixa aviso: “Quem acha que isto vai ficar pelo alojamento está enganado. O problema não é do alojamento local, o problema é do Turismo e da atividade. Tudo no Turismo vai estar sujeito à politização e vai-se perder a estabilidade, a previsibilidade e o consenso”.

Alojamento local versus agências de viagens

Presente no mesmo painel esteve o presidente da ALEP – Associação do Alojamento Local em Portugal. Este defende que pode haver um “casamento perfeito” entre as agências de viagens e o alojamento local, mas ironizou ao dizer: “Para trazer as agências para o alojamento local tenho de fazer um face lifting”.

Eduardo Miranda afirmou que “precisamos de trazer mais o lado do conselheiro das agências de volta, a par da comunicação. Depois, há uma outra coisa que é colocar o alojamento local dentro do negócio das agências”.

O responsável relembrou os congressistas que “o alojamento local hoje já representa talvez cerca de um terço das dormidas dos últimos cinco anos. Em Lisboa a taxa turística já chega perto dos 40% e no Porto, os últimos dados que me deram, começa a aproximar-se dos 50%”.

Na sua opinião, “o problema é que esse mundo [o do alojamento local] aconteceu em paralelo e vem de uma transformação importante. Boa parte dos nossos clientes é o que chamamos viajante independente. Viajam porque querem a experiência como um todo e nós só vendemos acomodação”.

 

* por Sílvia Guimarães, em Ponta Delgada a  convite da APAVT

 

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