Francisco Calheiros, presidente da CTP – Confederação do Turismo de Portugal, adverte que é urgente capitalizar as empresas ligadas ao turismo porque foram estas que, “pela primeira vez, em 40 anos de democracia, colocaram o saldo da balança comercial positivo e que mais contribuíram para o PIB”. E questiona a tutela: “Querem que repitamos a mesma façanha? Não é com as empresas descapitalizadas como estão”.
Francisco Calheiros, presidente da CTP, que falava durante a tomada de posse dos novos órgãos sociais da APAVT para o triénio 2021/2023, que decorreu esta terça-feira, 5 de janeiro, em Lisboa, e dirigindo-se à secretária de Estado do Turismo, Rita Marques, também presente, começou por fazer uma crítica à legislação e comunicação sobre um reforço dos cuidados de saúde numa possível terceira vaga da pandemia.
O responsável apontou ainda o dedo ao Governo dado que “todos nos preparávamos para um Fim de Ano normal e depois tudo era proibido”. Para a CTP a comunicação foi feita em cima da hora e teve, por isso, um enorme impacto para os empresários do setor e, consequentemente, para o próprio setor.
Francisco Calheiros criticou a forma de como a tutela tem vindo a gerir o “lay-off”, afirmando que esta foi “a grande medida que este governo tomou e que já o disse que vai prolongar nos próximos seis meses, mas estamos a 5 de janeiro e ainda não está legislado, não se consegue submeter o lay off”.
O processo de vacinação, que agora teve início e que se irá prolongar ao longo dos próximos meses, foi apontado pelo dirigente como um desafio para este ano. “A ideia de confiança e de segurança muda com a vacinação e não pode acontecer com a vacinação da COVID-19 o que aconteceu com a vacinação para a gripe. Esta questão é crucial”, frisou.
Como já vem sendo hábito em todas as suas intervenções públicas, o Aeroporto complementar do Montijo e a TAP não foram esquecidos por Francisco Calheiros.
“Decidam rapidamente!”, pediu ao Governo sobre o caso da transportadora aérea. “Há seis meses que está para entrar um presidente e uma comissão executiva na TAP! A TAP é determinante para o turismo português”, alertou.
No que respeita ao novo aeroporto, o presidente da CTP pediu, uma mais mais, ao Governo celeridade no processo. “Sejamos claros que se não tem havido pandemia este ano nem quero imaginar o que seria a bagunça do Aeroporto da Portela. É urgente, passaram-se dez meses e estamos exatamente na mesma estaca”, apontou.
Concordando com as palavras que Pedro Costa Ferreira proferiu no seu discurso, durante a cerimónia de tomada de posse, Francisco Calheiros afirma que as empresas encontram-se em “modo de sobrevivência”. E alertou os empresários do setor: “Não nos iludamos, os fundos comunitários não chegarão antes do segundo semestre e não é com as empresas como estão que vamos fazer o que se fez na recuperação da crise de 2007/2008”.