Replicar o que de melhor foi feito em 2017 em termos turísticos no próximo ano fará, seguramente com que tenhamos um “Feliz 2019!”. Esta foi a ideia principal e que serviu de mote para a intervenção de Luís Araújo, presidente do Turismo de Portugal à margem de o almoço de associados da AHP – Associação da Hotelaria de Portugal, que esta quarta-feira, 20 de dezembro, teve lugar no Hotel InterContinental Lisbon.
“Não é dizer que 2018 já está feito e que não há mais nada para fazer, mas é sim ver o que é que podemos fazer para termos um feliz 2019, porque tudo indica que as perspetivas para 2018 são positivas.”
Luís Araújo começou por fazer um breve resumo daquilo que foi feito de positivo no País este ano, nomeadamente no que concerne “à estabilização da nossa estratégia para os próximos 10 anos. É bom ter um caminho e uma orientação e saber para onde é que queremos ir e essa orientação tem sido partilhada por todos”, numa clara referência à Estratégia Turismo 2027. Mas também na área da Comunicação com o País a registar 24.510 referências e artigos em vários destinos (contra as 16 mil de 2016) ou ainda com companhas como o Can’t Skip Portugal (com 154 milhões de pessoas impactadas em 21 destinos, chegando de forma orgânica a 130 países) ou o Can’t Skip Facts (campanha programática georreferenciada que foi feita em Londres impactou 1.8 milhões de pessoas e em Bruxelas 64 mil pessoas).
Ou ainda no que diz respeito ao trade marketing e às acessibilidades: “Acreditamos que o relacionamento com os tours operadores, agentes de viagens, companhias de aviação, organizadores de eventos tem corrido bem, com vários eventos internacionais a serem captados para o país. Mas também a nossa presença em eventos internacionais como destino convidado, como foi no caso de Las Vegas. A questão das acessibilidades que claramente são uma das prioridades. Estamos a falar de mais 81 rotas (em 2016 foram 64 novas rotas), o que representa o total de 3,8 milhões de lugares adicionais para o país.”
O responsável pelo Turismo de Portugal fez ainda referência à captação de eventos que este ano foram 61, os mesmos programados até agora para 2018, mas que poderão vir a aumentar no decorrer do próximo ano.
Luís Araújo relembrou o “incentivo às empresas, o Programa Valorizar com 211 projetos, 50 milhões de investimento, 33 milhões de financiamento. Protocolos bancários com 142 projetos, 193 milhões de investimento, mais 100 milhões de financiamento. Há aqui um conjunto de instrumentos financeiros que tem sido aproveitado pelas empresas e também pelo setor público para dinamizar o país, para melhorar os seus recursos e claramente aumentar a competitividade.”
Para 2018 e no que diz respeito à diversificação de produtos, de mercados e de segmentos o mesmo responsável acredita que há ainda um “caminho a traçar e que precisamos de reforçar com a ajuda de todos”, relembrando o lançamento recente de plataformas como o Portuguese Trails ou o Meetings in Portugal.
Ainda para 2018, Luís Araújo avança que é preciso apostar em áreas como a Formação, a Digitalização, a Sustentabilidade Social, as parcerias entre empresas e na complementaridade da oferta e mais uma vez na Comunicação.
Aumentar estadia média dos turistas em Portugal e receita média por turista
Também o presidente da AHP, Raúl Martins se mostrou satisfeito com o ano que agora termina, relembrando que “de acordo com a AHP Hotel Monitor, ferramenta que monitoriza os principais indicadores de performance turística da operação hoteleira de Portugal e os dados de 2017 acumulados em outubro indicam um aumento de 15% no RevPar, em resultado sobretudo do preço que cresceu 10% e por uma subida de 4 por cento da ocupação, que se fixou nestes 10 primeiros meses do ano em 74%. Falamos aqui de números nacionais, mas fazendo um resumo a cada uma das regiões o cenário é bastante animador, enquanto os destinos mais maduros como Lisboa, Madeira, Algarve e agora também o Porto atingem recordes absolutos e os destinos mais jovens como os Açores e o Minho são autênticos campeões de crescimento. No Centro, apesar da desgraça que se abateu sobre a região e que vestiu de luto todo o País, o Turismo não se ressentiu e a tendência positiva manteve-se. Com o crescimento de 7% em taxa de ocupação, 12% no preço e nos espantosos 18% em RevPar.”
Para o mesmo responsável, “se até aqui o repto foi o crescimento e atrair mais turistas, como pôr Portugal no mapa e as estratégias adotadas foram de inegável sucesso, temperamos agora esse objetivo com uma nova palavra de ordem: sustentabilidade. Esbater a concentração da procura, aliviando as áreas mais pressionadas, enquanto se levam os muitos benefícios que o Turismo traz a áreas que dele ainda não beneficiam. Promover uma relação harmoniosa e proveitosa entre visitantes e visitados. Trabalhar para uma atividade ambientalmente responsável e socialmente comprometida. São estes os objetivos do crescimento sustentável. Então o que fazer para 2018 para garantir um Feliz 2019? Precisamos aumentar a estadia média dos turistas em Portugal de uma vez por todas, precisamos de aumentar a receita média por turista e precisamos de garantir um serviço de qualidade.”