Mealhada: tantas razões, um só destino

HÁ UM DESTINO QUE O ABRAÇA E O DESAFIA: MEALHADA, LUSO-BUSSACO.

São muitas as razões para embarcar nesta aventura, desde os banhos de natureza e contemplação às caminhadas por lugares da História, das águas termais da vila do Luso a uma mesa posta, repasto de deuses, recheado com as 4 maravilhas da Mesa da Mealhada: Água, Pão, Vinho e Leitão.

É NA MATA NACIONAL DO BUSSACO, monumento nacional candidato a Património Mundial da UNESCO, que começa, quase sempre, a visita ao concelho da Mealhada. Um espaço que irradia natureza e História e que, no coração dos 105 hectares, exibe e conserva a marca deixada pelos frades da Ordem dos Carmelitas Descalços.

No meio de uma mancha verde com espécies e habitats únicos no mundo, encontra-se o núcleo edificado de incomensurável riqueza. O Convento de Santa Cruz, recentemente recuperado, abre portas à descoberta desta outra realidade que o Bussaco viveu durante séculos. O convento, revestido a cortiça e embrechados (incrustados com fragmentos de quartzo, basalto e escórias ferruginosas), foi construído na simplicidade exigida pela vocação eremítica do Deserto.

E mais à frente, outro marco da força e vontade dos carmelitas: uma Via Crucis (via-sacra), a única erigida no mundo à escala da existente em Jerusalém, destinada a representar os passos da Paixão de Jesus Cristo, construída em 1644, sob a égide de D. Manuel Saldanha, Reitor da Universidade de Coimbra.

Convento de Santa Cruz ©FMB José Moura

PALACE HOTEL DO BUSSACO. A Ordem dos Carmelitas seria extinta em 1834 e a Mata do Bussaco perde este cariz religioso, mas, em 1856, transita para a Administração Geral das Matas do Reino e ganha uma nova dimensão, considerada mais “romântica”. São criados jardins, como o do Palace, cantos e recantos, como a cascata de Santa Teresa, o Vale dos Fetos ou o Lago Grande.

E, em 1888, Emídio Navarro, então ministro das Obras Públicas, dá início à construção de um palácio real, em estilo neomanuelino, com projeto do arquiteto e cenógrafo italiano Luigi Manini (1848-1936). As obras ficaram concluídas em 1907, sendo o Palácio convertido em hotel de luxo – o Palace Hotel do Bussaco, hoje um dos pontos de maior interesse de todo este conjunto central da Mata.

Palace Hotel do Bussaco

PALCO DA HISTÓRIA DE PORTUGAL. A visita não fica completa sem a passagem pela Cruz Alta, um fabuloso miradouro que seria o mais próximo das divindades; a Fonte Fria, uma imponente fonte ladeada de escadas, erigida entre os séculos XVII e XIX; e pelas portas de entrada na Mata, que, à semelhança do convento, são imponentes obras de embrechados.

Mas o Bussaco haveria ainda de ser palco da história de Portugal. Foi a 27 de setembro de 1810 que ali se deu uma importante batalha das invasões napoleónicas no nosso país. A atestar esta importância está o Museu Militar, que explica o confronto entre as tropas luso-britânicas e francesas, bem como as comemorações da efeméride, frequentemente com recriações e passeios históricos pelos caminhos da passagem francesa.

Termas do Luso

DA MATA À TERMAS DO LUSO. A estas dimensões religiosa, arquitetónica e histórica junta-se a de natureza. O Bussaco possui uma das melhores coleções dendrológicas da Europa, com cerca de 250 espécies de árvores e arbustos com exemplares notáveis. É uma das matas nacionais mais ricas em património natural, podendo ser dividida em três unidades de paisagem: Arboreto, Jardins e Vale dos Fetos e Floresta Relíquia, uma formação vegetal clímax de plantas autóctones que, segundo alguns autores, conserva as características típicas da floresta primitiva, antes da ocupação humana.

Da Mata, dos banhos de natureza e caminhadas que tem para oferecer, descemos ao sopé, onde se encontram as Termas de Luso, que, com as suas águas, ímpares, das melhores águas minerais e medicinais do mundo, convidam ao relaxamento e a uns dias de fuga ao bulício quotidiano.

O passeio alargado ao concelho mostra paisagens e vinhedos interpolados com povoações e igrejas, parques, como o dos Moinhos do Lograssol ou o Parque da Cidade da Mealhada, e convida a retemperar forças… apreciando a fabulosa gastronomia bairradina.

Leitão da Bairrada

SALA DE JANTAR DA EUROPA. Considerada a sala de jantar da Europa, a Mealhada possui a maior concentração de restaurantes por metro quadrado do país e aqui reina o leitão da Bairrada, estaladiço, incomparável, um produto de excelência da região, que deu origem a uma panóplia de iguarias únicas, de que são exemplo as iscas ou a cabidela de leitão. E a acompanhar não faltarão os vinhos e espumantes de Denominação de Origem Controlada (DOC) Bairrada, onde manda a casta baga. Não falta também o famoso pão da Mealhada e a água de Luso, que completam os sabores da marca 4 Maravilhas da Mesa da Mealhada: água, pão, vinho e leitão.

É pelos sabores, pelos cheiros, pelas sensações, pelas experiências e memórias que se prende o visitante e os argumentos da Mealhada não estão ainda esgotados. Aqui há cultura, com grandes produções a pisarem o palco do Cineteatro Messias, e o Meajazz, um singular festival de jazz de dois dias. E falta ainda a festa. É na rua que se vivem as maiores festas do município: o Carnaval Luso-Brasileiro da Bairrada, onde os dias e noites são ao som das baterias e dos passos de samba, e a Feira de Artesanato e Gastronomia Município da Mealhada, que marca o início do verão, em junho.

Carnaval da Mealhada

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