Miguel Quintas anuncia candidatura à APAVT com duras críticas à atual direção

“A APAVT é de todos”, é este o lema da candidatura independente à presidência da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo para o triénio 2018-2020 apresentada por Miguel Quintas, esta terça-feira, 25 de julho, no hotel Júpiter em Lisboa.

Conhecido profissional do sector turístico português, Miguel Quintas começou por dizer aos jornalistas que pretende “defender os interesses de todas as agências de viagens associadas”, relembrando que 90% das quais são constituídas por PME’s: “Infelizmente ao longo dos últimos anos temos vindo a assistir a uma perda contínua da relevância da Associação em função de uma série de ações passivas quanto aos temas que realmente importam. Na realidade nestes últimos anos temos sentido que a APAVT pertence aos grandes players deste sector e não realmente quem faz da APAVT, as PME’s. São estes que têm sentido nos seus próprios bolsos o peso de decisões que foram tomadas de forma leviana, sem considerar as suas consequências, como por exemplo, a passagem do pagamento mensal do BSP para um pagamento semanal, o que representou uma perda de capacidade financeira de quase 40 milhões de euros, bem como ratificação da redução das comissões.”

E deixou no ar algumas questões: “Pergunto que capacidade tem esta atual APAVT para renegociar BSP com a IATA quando num passado recente ratificou a redução dos prazos de pagamento do BSP? Pergunto que capacidade terá esta APAVT que se encontra num momento delicado de negociação das companhias aéreas, quando num passado recente ratificou a descida das comissões? Pergunto que capacidade terá esta APAVT de negociar com as companhias aéreas quando não toma uma posição pública quanto ao NDC? Pergunto-me que capacidade tem esta APAVT de distinguir entre os grandes players e as PME’s quando ratifica que as próprias PME’S devem contribuir exatamente o mesmo investimento financeiro que os grandes para um fundo de garantia comum? Pergunto por que é que são sempre os pequenos preteridos em nome dos grandes? Afinal a quem pertence a APAVT? Aos grandes grupos económicos apenas ou a todos e em particular aos 90% que representa o seu tecido associativo, as PME’S?”

Para o candidato à APAVT “é imperativa uma mudança” e diz-se pronto para “devolver a Associação a quem de direito, com ações mais afirmativas, com trabalho mais eficaz, com uma nova dinâmica mais eficiente, que coloque o sector das agências de viagens no patamar de importância que ela realmente tem”.

Apesar do programa completo da sua candidatura só vir a ser revelado em setembro, segundo o mesmo, Miguel Quintas deixou no ar seis pontos que considera fundamentais e que o levaram a tomar a decisão de se candidatar, nomeadamente: Uma colaboração mais estreita com o poder político para atingir a meta da redução do IVA e recuperar a rentabilidade das agências; Valorização da profissão de agente de viagens; Atrair os consumidores para as agências de viagens: Capacitar os agentes com ferramentas tecnológicas que lhes permitam fazer frente aos desafios de hoje; Criar um programa de mentoring para os futuros profissionais do sector; Desenvolver um fórum de discussão com o sector para que todos possam contribuir com ideias para dar força à Associação.

O candidato aproveitou também para “deixar bem claro que esta não é uma candidatura contra ninguém, muito longe disso, mas a APAVT tem de se renovar”, relembrando que foi o próprio presidente e atual candidato – Pedro Costa Ferreira – que o disse: “Não será surpresa para ninguém se depois deste mandato vier outro presidente para a APAVT, eu veria essa situação como normal, quiçá desejável pela necessidade de mudança.”

Ao fim de seis anos o trabalho em prol dos novos desafios que se apresentam, segundo Miguel Quintas, “tem de ser entregue a quem luta pelos interesses de todos os agentes de viagens sem exceção e tem de ser feito de forma mais eficaz e mais eficiente, não há espaço para a abstenção de decisão ou pactos que o seu silêncio contribua para anular constantemente a viabilidade económica das agências de viagens, é preciso mudar e é preciso mudar já e para mudar são necessários todos.”

Questionado sobre possíveis apoios à sua candidatura, Miguel Quintas sublinhou que esta é “independente, a lista será apresentada no seu devido tempo, ainda é prematuro avançarmos com nomes, mas naturalmente que existem pessoas interessadas em participar na direção, mas a seu tempo apresentaremos a lista”.

Sobre o facto do atual presidente da APAVT, Pedro Costa Ferreira, ter apresentado uma recandidatura depois ter excluído essa hipótese, Miguel Quintas diz ter ficado bastante surpreso, mas “as decisões cabem a quem as pratica”.

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