“Não quero dizer nem que sim nem que não a uma recandidatura à APAVT”

Vitor Filipe fundou a TQ Travel há sete anos, após ter saído do Grupo Star. No ramo das agências de viagens há quase 50 anos, o especialista tem agora dois novos sócios, que o vieram ajudar a criar novas dinâmicas na empresa. Presidente ainda da Go4Travel, Vitor Filipe não coloca de lado a hipótese de se recandidatar à APAVT. A Viajar esteve à conversa com este “guru” do Turismo e com o diretor comercial da TQ Travel, Fernando Mendes, que é igualmente um dos novos sócios de Vitor Filipe na empresa.

 

Viajar – Qual é a estrutura do Grupo TQ Travel?

Vitor Filipe – O Grupo TQ é constituído por três empresas. A TQ Viagens e Turismo que trabalha na área do outgoing e tem maior enfoque no setor corporate, embora também trabalhe na área do lazer, estando a abrir a terceira loja de rua no início de julho. Depois temos a TQ DMC, um DMC puro e duro, com cerca de um ano de existência. Por fim, temos a TQ Eventos, que surge como complemento à TQ DMC.

A TQ Travel acaba de fazer sete anos. Qual o balanço que faz destes anos de atividade?

VF – Têm sido sete ano bastante positivos. Todos os anos temos tido resultados positivos, conforme demonstram os balanços, sempre em crescendo. O ano mais difícil acabou por ser 2015 devido a uma quebra acentuada que registámos a nível do mercado angolano, onde tínhamos uma grande expressão, quer de clientes oriundos desse mercado africano, como de clientes portugueses como negócios em Angola, devido à crise que tem vindo a afetar aquele país há mais de um ano. No entanto, esta quebra não nos veio afetar em termos de resultados, verificou-se sim mais em número de vendas. No primeiro quadrimestre de 2016 também se registou alguma quebra, mas com a entrada recente do Fernando [Mendes] para a direção do departamento comercial, as coisas já se estão a recompor.

Fernando Mendes – O Vitor Filipe é meu amigo há 30 anos e já fomos sócios [no Grupo Equador]. A TQ é um negócio fantástico, que começou num período difícil, mas sempre ganhou dinheiro e foi rentável, o que é um motivo de orgulho. Quando apostamos todas as nossas energias em apenas um ou dois mercados, se as coisas passarem a correr menos bem, corremos o risco de ficar parados. Mas, a TQ nunca perdeu dinheiro, apenas contou com resultados menos bons, embora sempre largamente positivos.

No final do ano passado já havia cedido parte da empresa a um outro empresário, José João Fonseca, ligado a outras áreas, que não o Turismo. O que o fez avançar para esta sociedade?

VF – Com esta situação difícil do negócio devido à quebra do mercado angolano achei que já era altura de mudar um pouco o rumo da empresa e assim se juntaram várias vontades. Até mesmo o crescimento orgânico da própria empresa começou a sentir alguma dificuldade, devido ao meu pouco tempo e a vários outros projetos em que me encontro fora da TQ.

O José João Fonseca é um gestor experiente, que veio de outras áreas, especializado também em marketing, e está a ajudar-me no que melhor sabe, gerir bem e atuar melhor ao nível do marketing.

O Fernando Mendes é outra mais-valia na área comercial, a quem também já cedi uma parte da empresa, e tem uma caraterística fundamental e que nos estava a fazer falta, que passa pela sua especialização em grupo e incentivos na área do outgoing.

Ao estar a ceder parte da empresa, está a tencionar desvincular-se aos poucos da TQ Travel?

VF – Não, nada disso, até porque tenho cá os meus dois filhos a trabalharem e isso seria impensável. Depois também gosto disto. São muitos anos de agências de viagens, para o ano que vem faço já 50 anos de carreira nesta área e devo ser um dos profissionais mais antigos neste setor em Portugal. Mater-me-ei a trabalhar pelo menos mais uns cinco anos.

Projetos variados

Quais os grandes projetos que estão a pensar desenvolver na TQ num futuro a curto e médio prazo?

FM – O Vitor decidiu chamar o João para a área de gestão e a mim para a área comercial na tentativa de revitalizarmos algumas áreas que até ao momento ainda não tinham sido trabalhadas e desenvolvidas, nomeadamente dar um outro enfase à vertente corporate, com programação própria, feita à medida do cliente. Já temos uma estrutura a nível de B2C e lojas para servir o cliente corporate e um dos nossos objetivos passa por alargar essa base de dados. Depois estamos a alargar a nossa oferta para grupos e incentivos, área na qual a TQ não apostava muito. Temos ainda alguns outros projetos da área comercial ao nível do lazer. Por outro lado, o nosso novo website está muito interessante, ativo e mais dinâmico que o anterior. Temos ainda um conjunto de parcerias já assinadas que nos permitem uma margem de clientela maior.

A TQ tem uma equipa brilhante em termos de operacionais do dia-a-dia e podemos evoluir da melhor forma em todos estes segmentos que estamos agora a apostar mais afincadamente.

Por outro lado, a TQ estabeleceu recentemente uma parceira com a ITP – International Travel Partnership, que envolve uma campanha exclusiva de voos gravidade zero. No início quando esta ideia nos foi proposta começámos a trabalhá-la um pouco na base da brincadeira, mas a verdade é que é um projeto bastante interessante. Esta será uma experiência feita num avião A340, que está a fazer uma volta ao mundo e irá estar dois dias em Portugal, em julho do próximo ano. Somos o representante desta iniciativa para Portugal e tudo o que é negócio para Portugal, independentemente de ser comercializado ou não pela TQ, é negócio nosso. O objetivo passa por proporcionar experiências de uma hora e meia de voo em três classes diferentes, a partir de 2600 euros por pessoa em turística. É uma experiência diferente que, sobretudo, as empresas poderão proporcionar aos seus colaboradores ou melhores clientes. Embora o avião esteja em Portugal apenas dois dias, poderemos sempre levar grupos ou individuais a outras partes do mundo por onde este passe para terem esta experiência única. Para julho de 2017 já temos três confirmações sinalizadas a 50%, o que é excelente.

Hoje em dia na nossa atividade não há muito para inventar, mas é importante passar a imagem de algum dinamismo.

 

Leia o artigo completo na Edição de julho (nº 351) da revista VIAJAR – Disponível online

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