A afirmação é de Raul Martins, presidente da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), ao início manhã, no seu discurso de abertura do 30º Congresso da associação. O dirigente, que falava diretamente para o primeiro ministro, António Costa, presente na sessão, deixou presente que deste Orçamento de Estado é esperada a “afetação dos municípios do dominado «IVA Turístico», conforme consta do Programa do Governo, para que haja uma mais equitativa e justa distribuição aos municípios da receita que a atividade turística gera ao nível local”.
Raul Martins apontou, uma vez mais, a acessibilidade aérea como “determinante” e considera “vital concretizar o acordo celebrado entre o Governo e a VINCI para a construção do aeroporto do Montijo”, embora diga que é ainda fundamental a “entrada em funcionamento do novo sistema de tráfego aéreo, previsto para o final de 2020”. Com a concretização de ambos, o responsável afirma acreditar no crescimento do número total de passageiros em “mais de 25%”, levando a um “aumento do PIB Nacional de 2%, atingindo a média europeia de 10% para o Turismo”.
O hoteleiro aproveitou para deixar uma mensagem aos seus colegas de profissão e garantiu que “os próximos dois a três anos, até à construção do novo aeroporto em Lisboa, não permitirão o ritmo de crescimento na ocupação e preço médio dos últimos três anos”. No entanto, Raul Martins ressalva que “não será razão para reduzir os preços, mas sim para aumentar o valor percecionado e o serviço prestado”, podendo a hotelaria, desta forma, “enfrentar” a sua concorrência direta, estando a referir-se, como não poderia deixar de ser, ao alojamento local.
Raul Martins garante que a AHP tem vindo a “acompanhar, de há quatro anos a esta parte, a falta de regulamentação do alojamento local” e vê como “necessária” a agora concretizada parte do enquadramento normativo, que irá possibilitar a “regulação desse tipo de oferta, permitindo aos municípios criar regras quanto à sua implementação”.