O turismo está de regresso para ser o motor da desejada retoma económica do País. A hecatombe que afetou o setor, ditada por fatores incontroláveis, colocou à prova a capacidade de resiliência dos atores desta fileira económica tão importante para Portugal, que souberam, numa primeira fase, ser reativos à crise e tudo fazer pela sobrevivência das empresas e dos postos de trabalho e, posteriormente, ser proativos na adaptação da oferta à nova realidade com que nos deparamos.
Eu, um otimista confesso, acredito que em 2023 estaremos muito próximos dos patamares de atividade que registávamos até fevereiro de 2020. No destino que tenho a honra de presidir, 2020 tinha começado de forma fantástica, a crescer 10 por cento acima da média nacional. No mês de fevereiro desse ano crescemos 22 por cento em relação a período homólogo de 2019, e tudo indicava que seriam batidos todos os recordes.
A pandemia dizimou estes números, com o setor praticamente parado, da hotelaria à restauração, da animação turística às agências de viagens e organização de eventos.
Até à crise sanitária, o turismo representava oficialmente 15 por cento do PIB do País, sendo que o real contributo para o bolo do produto interno bruto, de forma indireta, era muito maior, pelo fator de arrastamento de outros setores. Queremos voltar a assumir este papel, de setor vital para o crescimento económico do País.
No destino Porto e Norte fomo-nos preparando para a retoma. Reestruturamos oferta, ouvimos mercados, fizemos diagnósticos e avaliámos tendências, enfim, fizemos o possível para manter a qualidade de oferta intacta e a notoriedade do destino em alta.
Do processo de auscultação que fizemos junto de parceiros e entidades oficiais, o destino esteve sempre no «Top of Mind» e os dados de que dispomos apontam para que os mercados que ainda não conseguem chegar até nós com a frequência desejada só aguardam a progressiva eliminação de medidas restritivas à circulação, bem como o reforço da conetividade aérea, para voltarem a procurar toda a diversidade de oferta que temos para oferecer.
Dentro dessa estratégia, damos destaque aos produtos saúde e bem-estar, com as Termas do Porto e Porto; enoturismo, com a Rota dos Vinhos e do Enoturismo e o de turismo de negócios.
Estamos ainda a desenvolver ação no sentido da recuperação da operação turística nos 10 mercados com maior fluxo turístico para o destino, ao mesmo tempo que temos vindo a explorar e abrir caminhos a novos mercados, a exemplo dos Emirados Árabes Unidos, em segmentos de alto rendimento que nos permitem crescer em valor, como é o caso do Luxury and Lifestyle.
Temos bem definido o caminho que precisamos percorrer em 2022, no sentido de reerguer o turismo da região, continuando a apoiar as nossas empresas, apoiando a reposição da conetividade aérea, potenciando a internacionalização pela digitalização da oferta e acelerando a estruturação de produtos da nova procura. Em breve esperamos poder apostar forte na dinâmica turística do destino através do apoio aos eventos de lazer e negócios, tão importantes não só pela capacidade e comunicação do destino, mas também pelo alto retorno ao nível do consumo turístico.
Tudo isto com o objetivo de, ainda em 2023, recuperar a marca dos seis milhões de hóspedes, 12 milhões de dormidas e 700 milhões de euros em proveitos.
Luís Pedro Martins
Presidente do Turismo do Porto e Norte