“Serão três anos desafiadores, com processos tão difíceis como a gestão da nova diretiva europeia sobre viagens organizadas, o novo regulamento de proteção de dados, a assunção de uma decisão para o estrangulamento aeroportuário, ou ainda a gestão da coabitação entre turistas e residentes, nas nossas maiores cidades… e outros com que nem ainda sonhamos”, disse esta quinta-feira, 11 de janeiro, Pedro Costa Ferreira, presidente da Direção da APAVT para o triénio 2018-2020, durante a Tomada de Posse dos novos Órgãos Sociais, que teve lugar em Lisboa.
Perante uma plateia com alguns dos principais atores do sector do Turismo em Portugal, mas também de representantes de diversos países, e dirigentes políticos, Pedro Costa Ferreira, que inicia assim o seu terceiro mandato à frente da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo começou por sublinhar que existiu apenas uma lista candidata, mas nem por isso deixou de haver um processo eleitoral.
“O processo eleitoral existiu, não apenas nos bastidores e nos corredores, mas também em conferências de imprensa, em entrevistas a meios de comunicação generalistas e especializados, e em candidaturas oficialmente apresentadas ao sector. Estiveram em presença visões diferentes, com candidatos diferentes e com apoios diferentes. E, tendo havido um processo eleitoral, com ideias diferentes, candidatos diferentes e apoios diversos, houve uma visão e um conjunto de candidatos que ganhou, de forma esmagadora e, por isso mesmo, clarificadora”, reforçou o mesmo responsável.
Pedro Costa Ferreira aproveitou ainda o momento para cumprimentar o presidente da Mesa da Assembleia Geral da APAVT, Tiago Raiano, sublinhando que o mesmo é “a personificação de que é possível aspirar a novas abordagens no futuro, sem que tal signifique a incineração de tudo o que de bom foi feito no passado”.
O mesmo dirigente relembrou ainda que há muito trabalho pela frente, nomeadamente a “desigualdade fiscal internacional continua a debilitar o crescimento dos eventos em Portugal; as medidas de restrição à operação turística em Lisboa continuam a colocar em dúvida um ambiente cosmopolita; o estrangulamento do aeroporto representa o estrangulamento do nosso negócio; o novo regulamento europeu de proteção de dados, que tem tantas coimas como abstrações; a degradação das condições de venda das passagens aéreas, consequência de uma relação menos fácil com as companhias aéreas em geral e com a IATA, facto que não deixa ninguém indiferente e, mais do que isso, não deixa ninguém tranquilo; a imperiosa necessidade de criarmos e acompanharmos estatísticas que nos ajudem a gerir o curto prazo e a traçar estratégias de longo prazo; as preocupações relativas à formação; a necessidade de espelhar na economia e no País a importância do turismo, bem como a importâncias das agências de viagens enquanto motores da internacionalização e de um país mais cosmopolita. E, acima de todos, a necessidade de acompanharmos a implementação da nova diretiva europeia relativa às viagens organizadas, naquilo que poderá ser o grande tema associativo dos próximos anos, face ao brutal aumento das responsabilidades com que passaremos a conviver a partir de julho deste ano”.
O diálogo construtivo e trabalho sério suportarão assim a linha estratégica da APAVT para os próximos três anos, como frisou Pedro Costa Ferreira, acrescentando ser vontade da associação continuar a “desenvolver trabalho conjunto, quer com as ARPTs, quer com as ERTs, quer ainda com as regiões de turismo da Madeira e dos Açores”, mas também “a disponibilidade “para nos integrarmos de forma sã e mente aberta nos trabalhos da CTP”.
O presidente da APAVT deixou ainda uma nota aos agentes de viagens, “única razão da sua existência”, de que em breve será editado o estudo encomendado ao Professor Augusto Mateus.