Marta Guerreiro, secretária Regional da Energia, Ambiente e Turismo dos Açores,considera fundamental o trabalho dos operadores turísticos e das agências de viagens portugueses na existência crescente de fluxos turísticos para os Açores.
A governante regional, que falava na sessão de abertura do 44º Congresso Nacional da APAVT, que decorre, até dia 25, em Ponta Delgada, defende que são estes os principais responsáveis pela diminuição da sazonalidade no arquipélago, numa altura em que o mercado nacional tem uma importância de 42% na hotelaria do país, com um acréscimo na época baixa para os 53%.
“Não posso deixar de realçar a importância dos operadores e agências de viagens nacionais nos fluxos turísticos para os Açores, especialmente nesta época do ano, que em muito tem contribuído para combater um dos nossos principais desafios, a sazonalidade do setor”, referiu.
Marta Guerreiro afirmou que é objetivo da economia açoriana consolidar o Turismo de forma definitiva e garante: “crescemos, queremos continuar com bons ritmos e temos ainda uma boa margem para fazê-lo”. Por outro lado, alerta que com estes crescimentos surgirão novos desafios, identificando como o principal “fazer com que este setor se afirme, definitivamente, como um dos motores de desenvolvimento económico, ambiental, cultural e social dos Açores, com um papel, cada vez mais importante na economia da região, não só ao nível do produto gerado, mas também, em especial, ao nível das oportunidades de emprego e empreendedorismo criadas”.
Desde 2015 que o crescimento da procura levou a que existissem mais consistentes taxas de ocupação e Marta Guerreiro não deixou de frisar que os Açores foi “a região do país com o maior crescimento nas dormidas, com uma variação positiva de 20%, superando-se, em 2017, com grande margem, a desejada meta dos 2 milhões de dormidas”. Mas também no arquipélago se tem registado uma quebra no ano corrente. “Tal como tem vindo a ser verificado no todo nacional, [em 2018] registam-se taxas de crescimento nos fluxos turísticos mais baixas que as verificadas nos anos anteriores, em parte pela desaceleração conjuntural internacional dos fluxos turísticos já prevista desde fins de 2017, mas também, pelo ressurgimento de destinos de sol e praia com preços extremamente baixos”, referiu.
A governante admite que os Açores não são um destino de sol e praia, e muito menos um destino de preços low-cost, mas deixou o alerta que “em parte pela desaceleração conjuntural internacional dos fluxos turísticos, já prevista desde fins de 2017, mas também pelo ressurgimento de destinos de sol e praia com preços extremamente baixos”, a verdade é que “mesmo os turistas com algum perfil de turismo de aventura e de natureza estão a ser aliciados por promoção intensiva e preços muito baixos em destinos como Egito, Turquia ou Tunísia”.
No entanto, a profissional assegurav que “a verdade é que esta evolução, depois de um crescimento de 93% das dormidas, em apenas três anos, vem permitir um ritmo mais adequado à estratégia turística definida pelo Governo dos Açores, onde se pretende que a atividade cresça de forma sustentável e gradual, garantindo a boa gestão dos recursos físicos e humanos, a maximização de ganhos económicos para todos os agentes regionais, assegurando benefícios para a população e para a criação de valor cultural, mas sempre em harmonia com o nosso principal ativo diferenciador, a nossa natureza exuberante e preservada”.
A estratégia dos Açores pretende assim que “a atividade cresça de forma sustentável e gradual, garantindo a boa gestão dos recursos físicos e humanos, a maximização de ganhos económicos para todos os agentes regionais, assegurando benefícios para a população e para a criação de valor cultural”. Para isso, “temos em curso o processo de certificação do destino como sustentável, algo que prevemos alcançar já no próximo ano”.
* por Sílvia Guimarães, em Ponta Delgada, a convite da APAVT