“Esta agenda assenta essencialmente na discussão do mercado interno. Quererá isto dizer que o Turismo Centro e a Agência de Promoção Externa do Centro de Portugal não têm motivações nem preocupações com o mercado externo?”, foi assim que Pedro Machado, Presidente do Turismo Centro de Portugal iniciou esta segunda-feira, 29 de maio, aquele que é já o 4º Fórum Turismo Interno “Vê Portugal”. Um congresso que, até ao próximo dia 31, discute em Leiria, um conjunto de iniciativas e preocupações deste sector em Portugal.
À questão colocada Pedro Machado responde com um “sim, por isso acompanhamos o trabalho que está a ser feito do ponto de vista nacional sobre a valorização da importância da internacionalização de todos os agentes envolvidos neste processo, mas entendemos que é muito importante não escamotear aquilo que verdadeiramente representa o mercado interno” e recordou que entre o primeiro fórum e o terceiro “percebemos algumas conclusões do Vê Portugal, que ainda hoje se mantêm válidas, existe uma consciência coletiva para a importância económica para o que é o Turismo em Portugal e que a atividade económica do Turismo não se esgota apenas naquilo a que normalmente associamos como atividade direta.”
“Se pensarmos nas atividades culturais que representam 16% da nossa indústria nacional, as agências de viagens 2,1%, os transportes 10,2%, o alojamento 6%, a restauração e bebidas 64% daquilo que é a atividade económica da Região Centro, facilmente percebemos como se mantêm válidas as premissas de uma abordagem àquilo a que significa o mercado interno”, sublinhou o mesmo responsável, perante a plateia do Teatro Lúcio da Silva.
O Presidente de Turismo do Centro de Portugal revelou ainda que durante a última reunião com a Confederação do Turismo de Portugal, que se realizou na passada semana, foram divulgados dados que “também nos obrigam a refletir sobre a importância que o mercado interno representa a par do mercado externo. Se pensarmos que em 2016 o Centro de Portugal valeu 270 milhões de euros em hotelaria, praticamente 100 milhões de euros em viagens, 40 milhões de euros entre jogo e casino e 1000 milhões de euros em restauração e bebidas, são números suficientemente fortes, que estão para além das estatísticas que normalmente recebemos sobre aquilo que é hoje a importância dos mercados emissores, mas acho que é relevante levarmos esta discussão por diante, quando se trata daquilo que é o mercado comprovar os objetivos.”
Segundo Pedro Machado, em 2016 “tivemos 38 milhões de dormidas de turistas estrangeiros e cerca de 15 milhões de dormidas de turistas nacionais, o que significa que estamos a falar num total de 11,4 milhões de hóspedes estrangeiros e praticamente 7,6 milhões de hóspedes portugueses. Se fizéssemos uma comparação percentual relativa sobre o investimento que a marca Portugal faz nos vários mercados e a correspondente participação financeira que faz no mercado nacional, perceberíamos, por exemplo, que contra os 7,6 milhões de hóspedes nacionais nós vamos buscar ao nosso principal mercado externo que é o Reino Unido 1,9 milhões de turistas. Vamos buscar à Alemanha 1,2 milhões de turistas e 624 mil turistas brasileiros, o que significa que o mercado interno, à falta de outra consideração, é objetivamente o nosso primeiro mercado.”
Para o mesmo responsável é sobre este mercado que “deve assentar também prioritariamente a ação, seja da marca Portugal, seja em concreto daquilo que é a função das organizações regionais, e é por isso que estamos a trabalhar e dar um passo em frente, comparativamente com aquilo que foi durante muitos anos, o paradigma da promoção turística do nosso país.”
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