“Os próximos meses serão muito complicados, sobretudo até à Páscoa”, quem o disse foi Raul Martins, presidente da AHP – Associação da Hotelaria de Portugal, esta quinta-feira, dia 11 de novembro, na sessão de abertura do 32º Congresso da Hotelaria e Turismo, a decorrer em Albufeira até amanhã.
O dirigente associativo relembrou o ministro da Economia, presente na plateia, do que tinha anunciado nas comemorações do Dia Mundial no Turismo, no passado dia 27 de setembro, ao nível dos apoios prometidos e que tardam em sair do papel. O primeiro que enunciou foi a nova linha de crédito de apoio à tesouraria das empresas do setor turístico, no valor de 150M€, que serviria para reforçar a oferta já existente para as pequenas, médias e grandes empresas. Seguiu-se o programa de recapitalização estratégica que apoiará a recomposição do capital das empresas e, por último, o programa Reforçar que irá reduzir o endividamento das empresas afetadas pela pandemia.
“Esta três medidas podem e devem sair do papel rapidamente e ser mobilizadas pelas instituições que têm os recursos e enquadramento para o efeito”, alertou, afirmando que morosidade na sua implementação tem tido um “impacto muito negativo” nas empresas.
Para Raul Martins o futuro imediato das empresas do setor depende ainda da “manutenção do lay-off até à normalização das deslocações das pessoas” e a “solução de substituir a prorrogação automática das moratórias bancárias pela garantia do Estado de 25% de crédito renegociado foi uma oportunidade perdida”.
Crise à parte, e retomando o assunto do novo aeroporto de Lisboa, o responsável apontou o dedo uma vez mais ao Governo quando este faz um plano de crescimento do turismo até 2027 “sem atender à construção de um novo aeroporto”, algo que afirma “não ser consistente”. E deixa o alerta: “Com as infraestruturas aeroportuárias que temos não podemos ter mais turistas do que tivemos em 2019”.
Sílvia Guimarães, no 32º Congresso da Hotelaria e Turismo, a convite da AHP