Requalificação dos destinos é apontada como fundamental para atrair mais turismo interno

“Valor ao cliente”, “sustentabilidade económica, cultural e social”, “requalificação dos destinos” e “competitividade” foram os vetores apontados por Pedro Machado, presidente da Turismo do Centro, como fundamentais para uma nova economia do Turismo nos próximos dez anosas é que deverão ser discutidos na 3ª edição do Fórum Vê Portugal, que decorre entre hoje e amanhã, no Convento de São Francisco, em Coimbra.
O responsável, que presidiu à sessão de abertura do congresso, defende que “apenas podemos criar valor para a atividade turística inovando na oferta e na comercialização” e alerta que é importante estar atento aos novos mercados emergentes, dando como exemplo o facto da Coreia do Sul ser “o segundo mercado emergente mais pujante de Fátima”. Desta forma, Pedro Machado diz haver “alterações profundas nos paradigmas e nos perfis dos clientes que tradicionalmente procurávamos captar, investindo e renovando a matriz dos produtos, nomeadamente no processo de internacionalização, e que hoje é visível através de uma alteração do próprio perfil daqueles que são os nossos turistas, o que leva à necessidade de alteração do modus operandi dos modelos de gestão, governação e planeamento dos próprios empresários”.
No planeamento dos destinos turísticos Pedro Machado considera que “devemos ter presentes a componente económica e a componente social, o chamado turismo de responsabilidade”.
Para Pedro Machado é fundamental a existência de “uma estratégia de especialização inteligente na requalificação e qualificação dos nossos destinos” para que regiões como o Centro possam “combater alguns problemas estruturantes ao nível da sazonalidade, de uma estadia média ainda baixa, e da litorização da oferta e capacidade turísticas”.
Já no que respeita à competitividade esclareceu que esta vertente “deverá ser trabalhada ao nível dos vários enquadramentos normativos, dos planos de competitividade setorial e ao nível da comunidade”.
O presidente da Turismo do Centro deixou presente que a região que representa conheceu um crescimento turístico de dois dígitos em 2015 e pretendem para 2016 a consolidação desses números, tendo “o turismo interno contribuído com 58 a 60% da procura turística na região”.
Por outro lado, o profissional relembrou os presentes que o turismo interno é “demasiado importante”, primeiro porque “está disponível o ano inteiro”, depois porque “com o mercado interno existe a possibilidade de vários períodos de férias ao longo do ano” e, por último, devido “à afinidade natural que faz com que possamos estimular a procura do mercado interno” durante 12 meses.
Aproveitando o facto do Vê Portugal se realizar no recém-inaugurado centro de congressos do Convento de São Francisco, Pedro Machado enalteceu a importância do segmento de Meeting Industry para a região do Centro e, em particular, para a cidade de Coimbra, e acredita que será este segmento que irá “ajudar a resolver os três vetores” que considera “fundamentais” para a estratégia da economia do Turismo na próxima década. “Os congressos podem-se realizar de 1 de janeiro a 31 de dezembro, o que significa que não têm problema de sazonalidade, podem ainda realizar-se durante vários dias sem a existência do problema da estadia média e pode ser um pólo dinamizador de animação permanente daquilo que é a oferta turística de uma região”, concluiu.

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