“Consolidar a força do Turismo na atualidade” e “prepará-lo para o futuro” são os grandes objetivos da CTP para o novo mandato que agora inicia, para o triénio de 2018-2021. As palavras foram de Francisco Calheiros, reeleito presidente da confederação, durante o seu discurso de tomada de posse, que decorreu esta segunda-feira, dia 23 de abril, em Lisboa, e que contou com a presença do primeiro-ministro António Costa e de outros elementos do governo.
Segundo o recém-empossado, “o futuro do Turismo não está assegurado” e justificou a sua afirmação dizendo que “como todas as atividades económicas, está sujeita a ciclos: de prosperidade, de recessão e de retoma”.
Para o responsável, neste momento, o crescimento sustentado do Turismo em Portugal tem a ver com sete eixos de atuação que considera “estratégicos e prioritários” e que permitirão atribuir as “atenções redobradas” que este setor necessita.
Francisco Calheiros evidenciou que o primeiro eixo tem a ver com os Transportes e Acessibilidades, dando ênfase ao Aeroporto de Lisboa e aos atrasos na construção do segundo aeroporto da região no Montijo.
“Diz-se que falta o estudo de impacto ambiental, que há a possibilidade de subida do nível médio do mar e que até o Cristo Rei pode constituir um entrave às aterragens. Diz-se demasiado. Há muito ruído, para apenas uma certeza: como está, não pode continuar. Não contem com a CTP para adiar mais esta ameaça ao Turismo e ao País”, afirmou, apontando o dedo ao governo e dirigindo-se diretamente a António Costa.
A Legislação Laboral foi o segundo eixo apontado por Francisco Calheiros. Neste caso referiu que o Turismo tem um grande entrave anual à sua atividade, a sazonalidade, facto que “as outras atividades não têm”, o que justifica “um tratamento específico ou adaptado no domínio das relações laborais, ou, no mínimo, algum bom senso sobre as alterações a efetuar”.
Como terceiro eixo elegeu a Fiscalidade, frisando que “não é possível concorrer com destinos turísticos com caraterísticas semelhantes às nossas e ganhar quota mundial, sem uma política fiscal justa e moderada, que garanta, pelo menos, condições de igualdade face aos outros concorrentes”. Assim sendo, exigiu “um modelo de mercado com custos menores para as empresas”.
Já o quarto eixo deste novo mandato da CTP adiantou ser os Recursos Humanos, exigindo um sistema de ensino nacional que esteja “preparado para formar não só em quantidade, mas sobretudo em qualidade”. O dirigente adiantou ainda que a CTP irá dar mais ênfase ao seu Programa de Formação-Ação “Melhor Turismo 2020”, dando “mais apoio às entidades promotoras no desenvolvimento e conclusão dos seus projectos e com mais monitorização e avaliação dos projectos para maximizar os resultados”.
Como quinto eixo a confederação escolheu a Competitividade e exige que, no que respeita aos programas de financiamento e capital de risco, os instrumentos financeiros especializados para apoiar o Turismo venham a ser “repostos”, sendo que “nenhum dos sectores produtivos do turismo fique excluído do universo das medidas, dos beneficiários, e dos projectos a implementar”.
Como penúltimo eixo, Francisco Calheiros garantiu que a CTP irá reforçar a sua presença em órgãos associativos nacionais e internacionais.
Já, por último, como sétimo eixo, a Confederação do Turismo Português pretende “desenvolver as bases teóricas para a criação da Confederação Europeia do Turismo”. “O Turismo representa cerca de 10% do PIB na Europa. É o terceiro maior sector na economia da União Europeia e estima-se que dê emprego a cerca de 17 milhões de pessoas. Não é admissível que o Turismo não ocupe no espaço europeu o correspondente peso que representa no crescimento económico e social, no reforço da inclusão social e na preservação natural e cultural”, frisou o presidente da CTP.
Francisco Calheiros é presidente da CTP desde 2012 e começa agora o seu terceiro mandato.
Fique a conhecer os novos Órgãos Sociais da CTP para o triénio 2018-2021:
CONSELHO DIRECTIVO
PRESIDENTE: Francisco Calheiros (APAVT – Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo)
VICE-PRESIDENTE: Elidérico Viegas (AHETA – Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve)
VICE-PRESIDENTE: Raúl Martins (AHP – Associação da Hotelaria de Portugal)
VICE-PRESIDENTE: Carlos Moura (AHRESP – Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal)
VICE-PRESIDENTE: Jorge Armindo Teixeira (APC – Associação Portuguesa de Casinos)
VICE-PRESIDENTE: Rodrigo Pinto de Barros (APHORT – Associação Portuguesa de Hotelaria, Restauração e Turismo)
VICE-PRESIDENTE: Vítor Costa (ATL – Associação Turismo de Lisboa – Convention and Visitors Bureau)
VOGAL: José Luís Arnaut (ANA – Aeroportos de Portugal, S.A.)
VOGAL: António Marques Vidal (APECATE – Associação Portuguesa das Empresas de Congressos, Animação Turística e Eventos)
VOGAL: Paulo Moura (ARAC – Associação dos Industriais de Aluguer de Automóveis sem Condutor)
VOGAL: António Loureiro (Galileo Portugal, Lda.)
VOGAL: Manuel Proença (Hoti Hotéis, SGPS, S. A.)
VOGAL: Antonoaldo Grangeon Trancoso Neves (TAP, Transportes Aéreos
Portugueses, S. A)
MESA DA ASSEMBLEIA GERAL
PRESIDENTE: José Castelão Costa (Sociedade Grupo Pestana, SGPS, S. A)
VICE-PRESIDENTE: Francisco Coelho (Associação Turismo dos Açores – Convention and Visitors Bureau)
VOGAL: Adília Lisboa (ARHCESMO – Associação Regional da Hotelaria de Cascais, Estoril, Sintra, Mafra e Oeiras)
CONSELHO FISCAL
PRESIDENTE: Jorge Rebelo de Almeida (Vila Galé – Sociedade de Empreendimentos Turísticos, S. A.)
VICE-PRESIDENTE: Sérgio Miguel Sousa Gonçalves (ACIF – Associação Comercial e Industrial do Funchal – Câmara de Comércio e Indústria da Madeira)
VOGAL: Francisco Lopes (Minor Continental Portugal, S.A.)