Por Francisco Calheiros, presidente da Confederação do Turismo Português
Em janeiro último, durante a apresentação à imprensa dos resultados de 2015 do Turismo mundial, Taleb Rifai, secretário-geral da OMT afirmou que «é fundamental para os países promover políticas que promovam o crescimento contínuo do turismo, incluindo a facilitação de viagens, desenvolvimento de recursos humanos e sustentabilidade».
Ou seja, o crescimento do setor que registou em 2015 um recorde de 1.184 milhões de passageiros internacionais – que representa um incremento de 4,4% relativamente ao ano anterior e o sexto ano consecutivo de crescimento superior à média – não significa deixar de investir numa indústria essencial ao desenvolvimento socioeconómico mundial.
Como diz, e bem, Taleb Rifai é fundamental continuar a promover políticas de crescimento para o turismo. Como todos sabemos, em Portugal, este setor tem tido um peso muito relevante na economia, não só porque se assume como uma janela de oportunidade para a continuação e desenvolvimento de negócios em várias áreas, detendo uma grande influência nos grandes indicadores estatísticos, como também pela própria dinâmica empresarial que encerra.
Por outro lado, nos últimos anos temos vindo a assistir ao aparecimento de grandes grupos económicos ligados à atividade, sobretudo nos setores das agências de viagens e hotelaria, fruto do crescimento orgânico de algumas empresas, a par da entrada de outros, por política de aquisições, provenientes de diversas áreas da economia. Isto para já não falar do estabelecimento no nosso país de empresas estrangeiras de dimensão internacional, denominadas de “bandeira”.
Esta dimensão económica do setor é aquela que resulta da consolidação de alguns destinos que paulatinamente se vai efetuando. É a consequência de uma política de promoção externa com cada vez mais participação dos privados. É o resultado do trabalho árduo dos empresários, que suportaram com verdadeiro estoicismo empresarial e com uma resiliência e adaptação por demais evidente, todas as contrariedades e adversidades destes anos de crise económica.
Chegados aqui, importa agora olhar para o futuro. Tenho a convicção clara e inequívoca de que o desenvolvimento do setor depende de três vértices: competitividade, financiamento e investimento.