Congresso AHP: Hoteleiros defendem que crescimento é impensável sem novo aeroporto em Lisboa

“Queremos atingir um crescimento de 27 mil milhões de euros em receitas até 2027”, avançou o presidente do Turismo de Portugal (TdP), Luís Araújo, no primeiro painel de trabalhos do 32º Congresso da Hotelaria e Turismo, a decorrer em Albufeira até dia 12 de novembro, relembrando, que isso “se consegue da mesma maneira como se conseguiu até agora, dado que triplicámos as receitas turísticas em 10 anos e em 60% nos cinco anos anteriores à pandemia”.

Apesar o otimismo demonstrado pelo TdP, os players do setor estão mais renitentes em se conseguir alcançar essa meta otimista, sobretudo devido à falta de um novo aeroporto da região de Lisboa.

O presidente do Grupo Vila Galé, Jorge Rebelo de Almeida, presente no mesmo painel do congresso, defende que sem aeroporto o crescimento será “impensável” apesar de todos os feitos conquistados pelo turismo em Portugal. “Temos ganho notoriedade, mas a história do aeroporto é uma tristeza, é uma piada. O aeroporto é pior que as obras de Santa Engrácia porque nem sequer tem o projeto aprovado. Se o ridículo matasse, estávamos todos mortos! É uma imagem tenebrosa do país!”, criticou.

Miguel Proença, presidente da Hoti Hotéis, outro dos participantes no painel, disse mesmo que essa “fasquia é exagerada” e se assim for “só existem duas maneiras. Aumentar os preços ou trazermos muitos turistas”. Em resposta a Luís Araújo, Manuel Proença defende que “não temos grande margem de aumento de preço” e o Turismo de massas também diz não lhe agradar. “Prefiro um turismo «com massa»”, alega.

Para atingir a meta dos 27 mil milhões de euros o presidente da Hoti Hotéis considera que há muito a fazer. E deixa o alerta: “Os turistas demoram duas horas a chegar da Europa e depois demoram três horas à porta do aeroporto para passar pelo SEF”. Desta forma, “sem aeroporto não chegamos aos 27 mil milhões nem pouco mais ou menos. O aeroporto é uma questão central que tem de ser resolvida. Esta novela tem que terminar”, frisou o hoteleiro.

Sílvia Guimarães, no 32º Congresso da Hotelaria e Turismo, a convite da AHP

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