46º Congresso APAVT: Agências de viagens dizem ser “urgente” receberem apoios até à Páscoa

textos: Sílvia Guimarães  Fotos: Miguel Moura

Pedro Costa Ferreira, presidente da APAVT – Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo, alerta para o fato de que “o tempo está a fugir” e de que “é urgente que se confirme a continuação do apoio à retoma, pelo menos, até à Páscoa”.

“Na APAVT, seguramente nas associações congéneres e, com toda a certeza, na CTP, esperamos preocupados, no momento mais crítico das nossas empresas, que os políticos se organizem e construam um diálogo urgente, um orçamento credível e um quadro de apoios capaz de manter vivas as oportunidades de crescimento do nosso País”, referiu ainda o dirigente associativo, garantindo ser crítico que “se reative o programa apoiar.pt”, após este ter terminado em abril deste ano e de as empresas estarem atualmente “ainda mais frágeis, logo, muito mais necessitadas de apoio”.

Pedro Costa Ferreira, que falava na abertura do 46º congresso da APAVT, defende que “não pode ser o orçamento a determinar o apoio à crise, é exatamente o tamanho da crise que tem de determinar o apoio do orçamento” e reforçou: “não estamos a pedir apoio. Estamos a exigir”, dando como justificação de que é “o Turismo que vai liderar a recuperação económica” e, por isso, “cada euro gasto a apoiar as nossas empresas será rapidamente pago, com juros, ao nosso País”.

No que respeita ao chumbo do Orçamento de Estado para 2022, o agente de viagens considera que foram “um pouco abandonados pelos nossos políticos”, sobretudo depois “de tanto trabalho conjunto, de tanto diálogo, mas também de tanta dívida, de tanta perda, de tanto capital próprio destruído”.

Desta forma, afirma que o “setor chega ao dia de hoje com razões para festejar e com motivos para exigir”, justificando que existem “razões para festejar tanta capacidade de resistência, tanto sofrimento passado, tanto desafio vencido, nunca abandonando uma característica única que uniu e justificou tudo o resto, a vontade de servir o cliente, princípio e fim de toda a atividade”.

Pedro Costa Ferreira relembrou que com a pandemia viveram-se “perdas absolutamente violentas, destruição dos capitais próprios, e endividamento das empresas e dos empresários, factos que representarão pesada herança nos próximos anos”. Mas, apesar de os considerar “insuficientes, admitiu que os apoios atribuídos às agências de viagem foram “absolutamente fundamentais”.

“Os apoios foram insuficientes, frequentemente tardio o momento em que ocorreram, bem como, demasiadas vezes, foram difíceis os processos administrativos de acesso aos mesmos. Mais do que isso, todos sabemos que não poderão acabar, sob pena de inutilizarmos os esforços já desenvolvidos, transformando então fundo pedido em saco roto. Por outras palavras, é imprescindível que não permitamos que o setor, e com ele a capacidade de recuperação do País, morram na praia, por interrupção dos apoios necessários”, alertou o responsável, aproveitando a oportunidade de estar presente na plateia o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

O presidente da APAVT relembrou que o setor das agências de viagem, “em 2015, contribuía, considerando os efeitos diretos, indiretos e induzidos, com 3,2 mil milhões de euros de valor acrescentado bruto, números que representam 2,1% do PIB. Um setor que, em 2019, considerando o mesmo método de cálculo, numa atualização do valor económico da distribuição turística, representava 2,5% do PIB, com um valor acrescentado bruto, considerando efeitos diretos, indiretos e induzidos, de 4,5 mil milhões de euros. Um setor, assim, que entre 2015 e 2019, cresceu mais que a economia portuguesa, acentuando a sua influência no crescimento económico do País, na geração de emprego e, através das exportações, no equilíbrio das contas externas”.

O aeroporto de Lisboa foi, uma vez mais, chamado ao plenário e alertou: “queremos chegar ao ano de 2027 com a performance turística prevista para esse ano, antes da eclosão da crise. Mas também, todos sabemos, que, sem uma solução aeroportuária, é bem mais provável que cheguemos a 2027 com números turísticos inferiores aos de 2019”.

O profissional afirmou ainda que “temos que resolver a questão da ligação ferroviária de alta velocidade, iniciando uma estratégia de resposta perante as dificuldades que rapidamente surgirão, no que concerne a voos de curta duração”.

*A VIAJAR MAGAZINE encontra-se no 46º Congresso APAVT a convite da associação

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